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Nacional
Quinta - 08 de Novembro de 2007 às 21:29

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O corregedor da Polícia Militar, coronel Paulo Ricardo Paúl, determinou à 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) a abertura de uma Averiguação Sumária para investigar o suposto envolvimento com o tráfico de drogas do soldado Leonardo Magalhães, irmão de Gláucio Andrade Magalhães, acusado de ser o gerente das bocas-de-fumo no Morro do Andaraí, na Zona Norte do Rio. Na manhã desta quinta-feira (8), dois PMs do 6º BPM (Tijuca) foram executados numa cabine perto do morro. Um outro homem foi preso e uma mulher detida durante operação na favela.

“Ele (o soldado) já está sendo ouvido. Esse procedimento tem a finalidade de concluir rapidamente essa investigação para confirmar se ele tem envolvimento ou não com o tráfico naquela comunidade.”, disse Paul. O policial ficará preso administrativamente no quartel do 3º BPM (Méier), onde é lotado.

Investigação vai mostrar se houve desvio de munição do quartel

A partir de 16 cápsulas de pistolas e fuzis arrecadadas no local onde os dois PMs foram assassinados, a corregedoria pretende comprovar se munição desviada do quartel onde Leonardo é lotado teria sido usada na morte dos policiais. No cadastro do batalhão, o endereço de Leonardo é o mesmo onde o traficante Gláucio foi preso.

Os dois irmãos moravam com a família na Rua Botucatu, no Morro do Andaraí. O soldado foi detido quando chegava a casa, onde os policiais prenderam Gláucio e apreenderam 150 munições calibre 9mm, três carabinas, três carregadores com aproximadamente 60 munições de fuzil e um colete.

Em uma outra investida, os policiais prenderam Reginaldo Rocha da Silva, o Rex, com maconha e um revólver. Os PMs ainda encontraram maconha no quintal da casa de Marilena Silva de Jesus, que seria a namorada de Gilson Brígido dos Santos, o Cabral, líder do tráfico no morro. Sem provas de seu envolvimento com o tráfico, ela foi ouvida como testemunha e liberada.

Comandante-geral convoca para 'caçada aos algozes'

Equipes da corregedoria chegaram ao local do crime antes do comandante-geral da PM, coronel Ubiratan Angelo, ao lado do chefe do Estado-Maior, coronel Samuel Dionísio, que também esteve no Morro do Andaraí e ficou desolado com o crime.

“Eles foram assassinados covardemente. Não temos sequer direito de chorar. Quem tem amor à vida que divida essa dor conosco. Agora, vamos caçar os algozes”, disse sem descartar a hipótese das mortes terem sido uma represália por uma operação da PM realizada na noite de quarta-feira, quando um traficante foi morto e outro preso.

O sargento Marcus Aurélio Alves Oliveira, 39 anos, e o cabo Leonardo Peterson de Freitas, 29, conhecido como Russo, haviam acabado de assumir o plantão na cabine na subida do morro quando foram atacados. Pelo menos 30 homens teriam descido por uma escadaria pela Rua Sá Viana, e disparado contra os dois policiais, na Rua Caçapava.

O cabo Leonardo estava há nove anos na PM e há cinco no posto do Andaraí. Já o sargento, dos 20 anos de corporação, estava há seis meses trabalhando na cabine. Eles chegaram a ser socorridos e levados para o Hospital do Andaraí, mas não resistiram aos ferimentos e morreram na unidade.

Um dos PMs varria a calçada e o outro estava sentado dentro da cabine, que é blindada, mas estava com a porta aberta. O ataque ocorreu por volta das 8h, logo após a troca de plantão.

Pelo menos cem PMs fizeram uma operação no morro durante o dia, mas ninguém mais foi preso. Os autores dos disparos teriam sido os traficantes conhecidos como Gordo e Ninho.




Fonte: G1

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