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Nacional
Quinta - 08 de Novembro de 2007 às 06:50

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O juiz federal Fausto Martin de Sanctis não só ordenou o bloqueio das contas de sete presos na Operação Kaspar II como também determinou a quebra do sigilo fiscal de 19 pessoas detidas durante a ação que ocorreu nos estados de São Paulo, Bahia, Amazonas e Rio de Janeiro. A Polícia Federal (PF) estima que o grupo remetia ilegalmente dinheiro para a Suíça e outros bancos europeus, combinada com subfaturamento de mercadorias que entravam no Brasil, esquema que alcançou sonegação fiscal de R$ 1 bilhão nos últimos 18 meses. Uma mulher é suspeita de liderar a quadrilha.

As investigações começaram no ano passado. De acordo com a PF, só em remessa ilegal de dinheiro para o exterior, o esquema movimentava de R$ 6 milhões a R$ 7 milhões por mês, nos últimos seis meses.

A PF chegou à conclusão que era num escritório localizado na Zona Oeste de São Paulo que os doleiros e representantes dos bancos estrangeiros se encontravam para acertar as transferências ilegais de dinheiro ao exterior.

De acordo com as investigações, o escritório é de uma mulher. Os relatórios da Justiça Federal apontam que a quadrilha era liderada por ela. A doleira contaria com o auxílio do grupo para efetuar depósitos, saque de dinheiro em bancos e entregas de moedas em casas de clientes.

Dólares, reais e barras de ouro

No escritório dela, os policiais encontraram dólares, reais e barras de ouro. Tudo foi apreendido.

A doleira também está detida, desde terça-feira (6), junto com outras 19 pessoas - entre doleiros, clientes e funcionários de bancos estrangeiros.

Esquema

O esquema funcionava da seguinte forma: a doleira era o elo entre o representante de um banco suíço e os empresários. Eles entregavam à doleira dinheiro e ela depositava o mesmo valor em moeda estrangeira em uma conta aberta na Europa. Assim, deixaram de pagar, nas contas da PF, pelo menos R$ 1 bilhão em impostos.

A Operação Kaspar II apreendeu ainda, em espécie, R$ 6 milhões e cerca de US$ 600 mil a US$ 700 mil. Essa é a terceira operação da PF em menos de dois anos, que apura remessa ilegal de dinheiro para o exterior. As outras duas ações foram chamadas de Operação Suíça e Kaspar I.

De acordo com o delegado que apura o caso, Ricardo Saadi, foram cumpridos 19 de 21 mandados de prisão e uma pessoa foi detida em flagrante no Rio. Seis dos presos são doleiros e três são funcionários de bancos estrangeiros.

Um dos detidos era gerente de um banco suíço que estava no Brasil visitando clientes. As visitas eram feitas trimestralmente, conforme a PF. Segundo Saadi, o esquema tem conivência da diretoria de entidades financeiras estrangeiras.

Os outros detidos são donos e executivos de empresas brasileiras dos mais diversos ramos. As prisões são temporárias e valem por cinco dias, renováveis por mais cinco. Depois desse período, a PF deve pedir a prisão preventiva de alguns envolvidos.

Os suspeitos responderão pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal, formação de quadrilha, gestão fraudulenta e funcionamento de instituição financeira sem autorização do Banco Central (BC). As penas máximas atingem 40 anos de prisão, segundo a PF.





Fonte: G1

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