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Nacional
Quarta - 24 de Outubro de 2007 às 22:36

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O "lixo rico" de órgãos públicos e de prédios anexos aos ministérios, em Brasília (DF), atrai catadores de papel, que montam barracos em terrenos baldios. Os lugares escolhidos para o depósito e a separação incluem áreas em volta dos palácios e do poder.

“Há 15 anos nós estamos nessa situação. Eles tiram a gente de um lugar e colocam em outro. A gente fica sempre insistindo, porque é um meio de ganhar dinheiro. Em outro canto não tem o material que tem aqui. Aqui tem mais papelão, papel branco, ferro-velho, que é o material que a gente recolhe”, conta o catador Josué da Silva.

Ele é vizinho de prédios dos anexos dos ministérios. As crianças estão fora da escola, brincando em meio ao lixo. Uma cena que se repete em outros pontos da cidade.

Em outra invasão, a vista é privilegiada: o Congresso Nacional e a bandeira do Brasil, mas a situação é a mesma. Barracos de lona no meio do lixo abrigam famílias.

Para garantir energia elétrica, elas fazem gambiarras. As instalações improvisadas colocam em risco adultos e crianças. Os cavalos usados na coleta de lixo são maltratados.

Os servidores públicos que trabalham por perto estão preocupados com o que têm visto. “Nós gostaríamos que essas pessoas tivessem um local para trabalhar, tivessem mais dignidade para criar seus filhos e viver em sociedade. Dessa forma não é possível. A nossa preocupação é que um dia se torne impraticável a recuperação desse solo e da vida dessas crianças”, afirma a servidora pública Suzana Canaã.

O Serviço de Limpeza Urbana de Brasília informou que trabalha desde o início do ano para a retirada das invasões em Brasília. Um galpão foi construído na Asa Norte para que 70 catadores façam a triagem do material recolhido.




Fonte: G1

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