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Politica Brasil
Segunda - 22 de Outubro de 2007 às 22:00

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Em entrevista coletiva a jornalistas da Capital e Várzea Grande, nesta segunda-feira (22.10), o governador Blairo Maggi fez um balanço da viagem à Rússia e Europa onde a comitiva liderada pelo Chefe do Executivo discutiu com parlamentares, dirigentes e representantes de organizações não-governamentais questões como as relações comerciais com estes países, meio ambiente, imagem de Mato Grosso perante a União Européia e embargos e restrições de produtos do Estado.

Na avaliação de Maggi, esta segunda viagem internacional serviu para reforçar a necessidade de mostrar de maneira ainda mais clara e transparente como Mato Grosso vem conduzindo suas relações comerciais e de que forma o estado está buscando alternativas que garantam o desenvolvimento econômico aliado a práticas sustentáveis.

RÚSSIA E O MERCADO BRASILEIRO

A Rússia importa do Brasil a maior parte da carne consumida no País, sendo que a suína, 70% é importada de Mato Grosso. O país russo está programando investimentos para os próximos dez anos de aproximadamente US$ 40 bilhões, fortalecendo a economia agrícola, uma vez que a pauta de produção está basicamente concentrada no petróleo e gás.

“Encontramos um povo bastante receptivo, tivemos uma idéia do potencial agrícola e industrial e agora o País está investindo para recuperar o sistema produtivo, principalmente, na produção de proteínas animais. E preocupados com situação de sustentar o país com apenas duas pautas, o governo está investindo forte para os próximos dez anos”, ressaltou Maggi.

O país russo ainda enfrenta uma série de medidas burocráticas que acabam por afetar as relações comerciais exteriores. “Se aqui achamos que existe muita burocracia, na Rússia é muito mais. E conseguimos perceber que os russos sentem falta de uma proximidade maior, de um convívio mais estreita nas relações comerciais”, acrescentou o governador.

Maggi ainda reforçou a necessidade de desfazer algumas idéias errôneas e equivocadas perante o que é divulgado e recebido pela comunidade russa. “O mercado é bastante competitivo e essas informações chegam de outra forma e os exportadores brasileiros enfrentam algumas dificuldades para negociar com a Rússia. O país vive um momento político, há forte oposição dos parlamentares às importações russas e para isso necessitamos estreitar mais as relações, pois a Rússia, mesmo com os investimentos programados para fortalecer a produção de carnes, de qualquer forma ainda será um mercado bastante atraente para o Brasil, já que eles não têm auto-suficiência na produção de fertilizantes, por exemplo,”.

ANUGA – AMOSTRA DO POTENCIAL BRASILEIRO

“A pauta de exportações do Brasil é muito forte, está presente em todos os mercados internacionais e a Feira de Anuga, na Alemanha, deixou a todos muito orgulhosos, mostrando o que temos e como vendemos”, afirmou.

A participação do Brasil era pífia há mais de dez anos e hoje, quem visita a feira, que a cada ano é realizada na Alemanha e França, com alternações, cresceu consideravelmente, e nela nosso País tem a oportunidade de participara de forma bastante efetiva. Os contatos que fizemos foram bastante promissores e pudemos ver que há mercado para todos participarem, de forma profissional”, ressaltou Maggi ao falar do apoio que o Ministério das Relações Exteriores fornece aos participantes na divulgação e nos contatos.

Acredito que no próximo ano temos que ampliar e reforçar ainda mais a participação do país nessa feira, para sentir o quanto temos responsabilidade em sustentar esse mercado de forma correta. Nossos produtores e empresários precisam sentir mais de perto para avaliar a importância de como devemos conduzir com competência e responsabilidade, pois dessa postura dependem uma série de pessoas, de uma cadeia que se movimenta para garanti esses mercados. Contatos importantes e espaço para crescer ainda mais”.

SUSTENTABILIDADE E MEIO AMBIENTE

“As informações ambientais chegam à Europa de forma bastante equivocadas e distorcidas. O que é ruim ganha destaque especial e com a intenção de brecar a força de produção da agricultura brasileira. Sabemos que há um movimento sendo feito para que o Brasil fique fora do mercado da carne, uma das principais pautas de exportação. As exigências têm sido cumpridas, mas as pressões são constantes. Por isso, cabe ao Estado e ao Brasil continuar conduzindo sua produção de forma ainda mais clara e transparente para rebater as informações distorcidas.

Comissão Européia

Uma comissão européia chega ao Brasil no início do próximo mês para analisar o mercado agrícola em quatro estados – Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. “A comissão européia vai analisar o que há de errado. Temos que tomar cuidado e preocupa-me como esse relatório será repercutido na Europa, pois não é somente a relação comercial, mas também o que ocorre na área trabalhista e ambiental”, afirmou o governador ao comentar que a sustentabilidade na agricultura foi pauta de um encontro promovido pela Universidade de Wageningen, na Holanda, onde também participaram representantes da Embrapa e Ministério da Agricultura.

A chancelaria do Ministério das Relações Exteriores junto à Comunidade Européia, na Bélgica, propôs ao Governo do Estado a realização no próximo ano da Semana de Negócios de Mato Grosso, para divulgação das potencialidades mato-grossenses em diversas áreas.

Spot Image

Na área ambiental, o governador Blairo Maggi voltou com novidades da França onde assinou dois termos de intenções com a empresa francesa Spot Image que trabalha com informações geoespaciais. Maggi conheceu o banco de imagens da empresa que tem 40% do seu capital controlado pela Agência Espacial da França (CNES) e é distribuidora exclusiva no mundo das imagens dos satélites Spot. A utilização das imagens será voltada, especialmente, no monitoramento das safras, o que é possível com a alta definição e detalhamento das informações do satélite.

Segundo o representante da Famato, Rui Prado, que integrou a comitiva mato-grossense, além de auxiliar no monitoramento das safras em Mato Grosso, as imagens da empresa francesa darão mais subsídios para que o Estado possa melhorar sua produção.

As imagens possibilitam o monitoramento das ações ambientais como licenciamentos, áreas de desmate. “Vai nos auxiliar com muita precisão e mais tecnologia”, disse Maggi, acrecentando que é mais uma ferramenta que dá a chance de mostrar com maior clareza o que e como o Estado está conduzindo as informações ambientais.

Na outra carta de intenções, o Estado firmou com a Spot Image a instalação futura de um centro de imagens que possa atender diversos mercados na América do Sul com o fornecimento de imagens de alta resolução.




Fonte: O Documento

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