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Internacional
Quarta - 17 de Outubro de 2007 às 20:37

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- Um estudo feito pelo Ministério do Interior da Grã-Bretanha concluiu que os imigrantes no país trabalham mais e por mais horas que seus colegas britânicos e, por isso, também ganham mais.

O estudo, do qual participou ainda o Tesouro britânico e diversas instituições do governo, afirmou que os trabalhadores estrangeiros são em alguns casos mais confiáveis, dedicados e qualificados que seus colegas nativos.

O documento servirá de base para as políticas do governo em relação ao tema.

A Grã-Bretanha é um dos países que mais receberam imigrantes desde que a União Européia (UE) iniciou a inclusão de países do Leste Europeu. Um em cada oito trabalhadores britânicos é estrangeiro - 12,5% da mão de obra ativa, ante 7,4% dez anos antes, revelou o estudo.

Só no ano passado, 574 mil imigrantes entraram no país para passar pelo menos um ano, praticamente o dobro do nível verificado dez anos antes. Mas a saída de outros 385 mil resultou em um aumento líquido de 189 mil imigrantes no país, disse o Ministério do Interior.

O estudo destacou que metade (49%) dos estrangeiros trabalhando na Grã-Bretanha ocupa posições consideradas de alta qualificação. Isto também significa que os imigrantes recebem, em média, salários mais altos que muitos britânicos.

Australianos e neozelandeses ganham um salário médio de cerca de 650 libras por semana (cerca de R$ 2,6 mil), seguidos de perto por trabalhadores das Américas e do Oriente Médio.

Em compensação, trabalhadores dos países do Leste Europeu que passaram a integrar a UE têm uma média salarial de pouco mais de 300 libras semanais, disse o estudo.

Em média, trabalhadores estrangeiros ganham um salário de 424 libras semanais, contra 395 libras semanais de trabalhadores britânicos.

Os salários relativamente elevados também significam que os imigrantes geram mais riqueza para a Grã-Bretanha do que consomem.

Em 1999-2000, os imigrantes contribuíram com 8,8% da receita do governo, e consumiram 8,4% dos gastos. Em 2003-04, a imigração colaborou com 10% das receitas e 9,1% dos gastos oficiais.

"No longo prazo, é provável que a contribuição líquida de um imigrante seja maior que a de um não-imigrante. Para imigrantes em idade ativa isto já é claro, porque a Grã-Bretanha recebe a contribuição fiscal do seu trabalho sem pagar pela sua educação ou treinamento", diz o relatório.

"Mesmo para crianças pequenas, no longo prazo a migração para a Grã-Bretanha ainda deve significar uma transferência líquida fiscal para a população nativa."

Empregadores ouvidos em pesquisas qualitativas disseram que em setores como agricultura, hotéis e alimentação, trabalhadores imigrantes se mostraram mais confiáveis que os nativos, que, às vezes, comparecem a entrevistas de emprego só para dizer que estão em busca de trabalho na hora de pedir o seguro-desemprego.

Na construção civil, onde é notória a presença de poloneses, patrões consideraram trabalhadores estrangeiros "mais motivados e qualificados".

"Menos mencionado, mas subentendido nesses comentários, está o fato de trabalhadores imigrantes terem mais tendência a se contentar com o salário mínimo", disse o estudo.

Mas a ampla pesquisa também apontou problemas advindos da política migratória do governo, conhecida como "de portas abertas".

Do ponto de vista dos nativos, os maiores problemas são o encarecimento das propriedades - e com elas o aumento do número de sem-teto - a pressão sobre os serviços de educação e saúde e a ocorrência de crimes.




Fonte: BBC Brasil

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