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Economia
Domingo - 30 de Setembro de 2007 às 04:35

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Empurrada pelo dólar na cotação mais baixa dos últimos sete anos, a indústria brasileira recorre cada vez mais à importação de máquinas, matérias-primas e componentes para compensar parte da perda de competitividade do produto brasileiro. Com o dólar na casa de R$ 1,8, empresas de diferentes setores, como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), Coteminas e Indústria Brasileira de Televisores (IBT), desembolsam menos reais para ter acesso a inovações tecnológicas que garantem saltos de produtividade e eficiência em suas fábricas.

De janeiro a agosto deste ano, a importação de máquinas e equipamentos já passou a representar 42,1% do consumo nacional, ante 39,9% em igual período de 2006. Enquanto a venda de máquinas nacionais aumentou 12,7%, as importações deram um salto de 34,3% em relação ao mesmo período do ano passado. Elas passaram de US$ 7,207 bilhões para US$ 9,681bilhões, informa a Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

"Temos projetos grandes e estamos importando parte das máquinas, mas esse é um benefício aparente", diz Benjamin Steinbruch, dono da CSN. Sua empresa planeja investir US$ 9 bilhões até 2011, incluindo a construção de três novas usinas no País.

Para Steinbruch, o benefício que o dólar barato pode trazer no curtíssimo prazo, no sentido de reduzir os custos de importação, é muito pequeno quando comparado com seus efeitos negativos no médio e longo prazos. Para ele, o País não pode contar apenas com o mercado interno para se desenvolver. "Esse dólar barato tem provocado uma concorrência que eu considero até desleal."

Internacionalização

A Coteminas, um dos maiores grupos têxteis nacionais, vai investir este ano mais de R$ 100 milhões para eliminar gargalos e aumentar a produção de suas fábricas no País. "Estamos comprando muitos equipamentos estrangeiros, e nacionais também", conta Josué Gomes da Silva, presidente do grupo. No ano que vem, quando os investimentos estiverem concluídos, a capacidade de produção da Coteminas será 15% maior do que em 2006.

Gomes da Silva, que também é presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), afirma que o crescimento dos investimentos no setor demonstra que o País pode manter o ritmo de queda da taxa básica de juros.

A Indústria Brasileira de Televisores, dona da marca Cineral, investiu US$ 280 mil na compra de maquinário japonês que permitirá à empresa produzir TVs em LCD na sua fábrica em Manaus. De acordo com Abdo Antonio Hadad, presidente da empresa, os modelos de 32 e 42 polegadas estarão no mercado a partir de novembro.

Depois de ter reduzido em um terço a sua produção de TVs no ano passado, a IBT agora se prepara para voltar aos níveis normais no próximo mês. "O mercado está se reequilibrando e, ainda que não esteja dando rentabilidade, acreditamos que não vamos perder dinheiro", diz Hadad.





Fonte: AE

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