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Economia
Quinta - 27 de Setembro de 2007 às 14:23

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O potencial turístico de Mato Grosso é imenso, mas em alguns segmentos praticamente não é explorado. Um exemplo é o turismo rural, uma modalidade que surgiu na Europa e, no Brasil, já existe em estados como Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo. No território mato-grossense, a capacitação profissional nesta área, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural no estado (Senar-Ar/MT), contribuí para mudar esta realidade e transformar o setor em uma nova fonte de renda para as comunidades rurais.

Até o final desta semana, o curso de Trilhas e Caminhadas Ecológicas, um dos três módulos dos treinamentos ministrados em turismo rural pela instituição, acontece na comunidade Figueiral, em Nossa Senhora do Livramento (30 km de Cuiabá) com o apoio do sindicato local. Alunos do ensino médio, entre 18 e 24 anos, participam do curso, orientados pelo instrutor Adelaído Leite de Azevedo, especialista em Planejamento de Turismo em Área Rural. Eles estão aprendendo a criar uma trilha, identificando o melhor trajeto e como ela deve ser interpretada. A aula prática foi realizada na comunidade Valo Verde. Um cenário típico que já atraí muitos turistas interessados em pescar.

PLANEJAMENTO - O instrutor do Senar-AR/MT, explicou que o turista também pode ter como opção de lazer percorrer trilhas no meio da mata e levar de recordação uma experiência única: o conhecimento sobre a fauna e a flora desta região. A aula na trilha já aberta até o rio, dispensa o trabalho de localização do melhor trajeto e Adelaído Azevedo se deteve na orientação dos aspectos que devem ser valorizados e os cuidados básicos ao longo do caminho. “É preciso conhecer minuciosamente o trajeto. Fazer um planejamento do tempo para percorrer a trilha e programar as paradas. Na trilha ecológica o mais importante é fazer com que o turista saia com a sensação de que conhece melhor o lugar que ele visitou”, destacou o instrutor. Segundo ele, um trajeto pode ter aspectos históricos, geológicos, ambientais e econômicos a serem explorados. A definição do trajeto e do tempo do percurso tem que considerar ainda as características do grupo que vai fazer o passeio, de crianças, jovens ou idosos.

O grupo de alunos tem um diferencial importante, a maioria nasceu na região e conhece os detalhes do lugar, os pássaros, as árvores e as espécies de peixes do rio, por exemplo. Kátia Rodrigues Nascimento, 19 anos, uma das alunas considera que o visual privilegiado das praias do rio de onde se vê o Morro de Santo Antonio pode ser explorado por eles. Fabrício José Mendes da Silva, 22 anos, que conhece bem as arvores da mata ciliar, como o ingazeiro, também acredita que a trilha pode ser uma atração turística em Valo Verde. A professora do grupo Úrsula Bevilácqua lembra que agora os jovens podem ter uma alternativa de renda no lugar onde vivem. “Eles não vão precisar mais se aventurar em busca de trabalho na cidade”, apontou.

Adelaído Azevedo, aponta ainda um outro aspecto fundamental neste processo: o respeito ao meio ambiente, base para o desenvolvimento sustentável de Mato Grosso. “Jamais vamos trabalhar com o turismo rural sem o princípio da sustentabilidade, sem considerar a preservação ambiental. Turismo profissional só se trabalha desta forma”, concluiu.





Fonte: 24 Horas News

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