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Economia
Quarta - 26 de Setembro de 2007 às 07:44
Por: Marcondes Maciel

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Após uma boa recuperação das cotações no mês de agosto, quando os preços médios da arroba chegaram a ser cotados por R$ 57 na maioria das regiões de Mato Grosso, o mercado do boi gordo voltou a entrar em colapso com a desvalorização do produto a partir da primeira semana de setembro. De acordo com o Centro de Comercialização de Bovinos da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), os preços da arroba despencaram 7,55%, chegando ao valor médio atual de R$ 53 nas principais praças mato-grossenses.

A retração é explicada pela maior oferta de bois confinados, que respondem atualmente por cerca de 80% de todo o abastecimento dos frigoríficos. Outra explicação é de que a maioria das indústrias já está com pelo menos 70% das suas escalas de abate prontas para o mês de outubro.

Segundo o coordenador do Centro-Boi, Luís Heraldo Padilha, a oferta de bois no pasto neste final de estiagem está escassa, gerando um descompasso com o volume oriundo dos confinamentos.

“A quantidade de bois confinados é muito grande, causando baixa dos preços no mercado. Por isso é importante que antes de investir em confinamento, o pecuarista saiba por quanto ele vai vender o seu produto, travando preços compensatórios para evitar prejuízos no futuro”, recomenda Padilha.

Ele disse que os pecuaristas devem “amarrar preços”, acompanhando a estratégia dos frigoríficos, que já estão com escalas de abate adiantadas.

Padilha prevê que, no atual cenário, o mercado volte à normalidade somente a partir de novembro, com a redução da oferta de bois confinados e o aumento do consumo de carne previsto para o final do ano. A expectativa é de que os preços se recuperem nos próximos meses. “Não podemos falar em percentuais, pois o mercado do boi gordo é muito instável, não dá para fazer uma projeção”.

OFERTA - Na maioria das áreas habilitadas para exportação, os preços da arroba esta semana abriram na casa de R$ 53/arroba. Em Tangará da Serra, o Marfrig ofertou R$ 53,63 e, em Paranatinga, R$ 53,90 nos pagamentos à vista.

Em Pedra Preta e Araputanga, o Friboi pagou R$ 53. Em Barra do Garças, o mesmo frigorífico ofertou R$ 53,36% nos negócios à vista.

As melhores cotações foram registradas em Cuiabá e Várzea Grande (R$ 54/arroba), com os frigoríficos Quatro Marcos e Sadia, respectivamente. A pior cotação foi verificada em Rondonópolis, quando o Frigorífico Mercosul pagou R$ 52 nas compras à vista.

Das áreas não habilitadas, a região de Vila Rica foi a que teve a cotação mais baixa (R$ 49/arroba), ofertada pelo frigorífico Quatro Marcos e, Cáceres, a melhor cotação (R$ 53), do Friboi.

INDÚSTRIA – De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias Frigoríficas do Estado (Sindifrigo), Luiz Antônio Freitas Martins, os preços da carne para a indústria continuam achatados. “Há defasagem principalmente para os frigoríficos que trabalham com mercado interno”, frisa. Segundo ele o mercado doméstico responde por 80% das vendas, enquanto apenas 20% são destinados às exportações.

Martins afirmou que os preços tanto para os produtores quanto para os frigoríficos não são os ideais. “Em nosso caso [indústria], o que está ajudando é a exportação, pois o mercado interno está praticamente estagnado”.

Em Mato Grosso são 32 frigoríficos com inspeção federal, dos quais 25 estão aptos a exportar. Destes 25, oito comercializam com a Europa, principal mercado comprador do Estado.





Fonte: Diário de Cuiabá

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