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Economia
Sexta - 21 de Setembro de 2007 às 16:09

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Com a perda de força dos preços de alimentos, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) --prévia do IPCA, índice oficial de inflação-- registrou em setembro alta de 0,29%, o que representa uma desaceleração frente a agosto, quando a taxa foi de 0,42%.

A taxa ficou abaixo das expectativas de analistas ouvidos pela Folha Online, que previam alta entre 0,30% e 0,45%. No ano, o índice acumula alta de 3,15% e nos últimos 12 meses 4,20%. O IPCA-15 é uma prévia do IPCA, que serve de referência para a meta de inflação do governo, neste ano em 4,5%.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o comportamento pode ser explicado pela desaceleração do grupo Alimentos, que passou 1,61%, em agosto, para 0,87%.

Apesar de o leite e derivados continuar à frente das maiores contribuições, com 0,05 ponto percentual, os preços subiram menos. Enquanto em agosto a alta havia sido de 10,62%, em setembro ficou em 1,98%. O preço do leite pasteurizado variou 0,21% em setembro, após ter atingido 13,91% no mês de agosto.

Outros alimentos também mostraram desaceleração nos preços. As carnes passaram de alta de 4,21% para 1,46% e o pão francês, de 1,86% para 0,64%.

Por outro lado, alguns produtos como feijão e arroz tiveram aumentos mais acentuados. O feijão preto passou de 3,64% para 4,76%; e o carioca, de 2,77% para 5,25%. Quanto ao arroz, os preços aumentaram 3,23% em setembro, sendo que em agosto haviam apresentado queda de 0,15%. O óleo de soja acelerou de 1,61% para 3,74%.

"A inflação está sob controle. Ainda estamos sentindo o impacto dos alimentos, principalmente da parte dos grãos, mas a idéia é que até o fim do ano essa pressão comece a diminuir um pouco. A sensação é de alívio", afirma Maria Andreia Parente, economista da Ipea (Instituto de Pesquisa Econômico Aplicada).

Segundo Parente, os alimentos podem estar passando por uma recomposição de preços em 2007 já que no ano passado eles foram o principal aliado para conter a inflação. "A princípio não é uma trajetória crescente de preços."

Nos produtos não-alimentícios, as principais quedas vieram de: gasolina (de -0,70% para -0,86%), álcool (de -5,65% para -2,08%) e telefone fixo (de 1,02% para -0,92%). No caso do telefone fixo, a queda foi conseqüência da redução do valor da conta média nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Recife, Belém, Fortaleza e Salvador, influenciada pela passagem da cobrança de pulso para minutos.

Para o economista Raphael Castro, da LCA, agosto foi um ponto fora da curva e o comportamento da prévia da inflação em setembro permite ao Copom (Comitê de Política Monetária) continuar a reduzir a taxa de juros em 0,25 ponto percentual até o fim do ano.

"O leite foi o grande vilão, mas agora está sob controle por um movimento do próprio consumidor que buscou alternativas na própria alimentação. Foi um choque de oferta e que mostra diluição, assim como indicadores de atividade mostram acomodação, o que sustenta cortes de 0,25 ponto", afirmou.





Fonte: Folha Online

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