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Economia
Quinta - 20 de Setembro de 2007 às 07:24
Por: Alina Chagas

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Pesquisa divulgada ontem pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) aponta que o número de famílias em situação de miséria caiu 11,94% em Mato Grosso no período de um ano, entre 2005 e 2006. O índice foi extraído a partir da divulgação da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, que demonstra ser de 15,48% a população miserável do Estado em 2006, contra 17,58% registrada no ano anterior. A tendência de queda na proporção de pessoas em situação de miséria foi registrada em todo país, onde 19,3% da população vive nessa condição.

A FGV também calculou no estudo “Miséria, Desigualdade e Políticas de Renda: O Real do Lula” a trajetória do índice de famílias vivendo na miséria dos últimos 15 anos. Em 1992, 37,17% dos mato-grossenses eram miseráveis. Dentro de uma década, a queda da extrema pobreza caiu quase que pela metade no Estado. Em 1996, 28,12% eram miseráveis, contra 15,48% no ano passado.

Mato Grosso também registrou ganho de renda per capta entre os dois últimos anos em que realizada a Pnad, de 9,3%. Conforme dados divulgados na semana passada, a renda do mato-grossense subiu de R$ 416,74 para R$ 454,38. Porém, na última década, o salto de renda do mato-grossense foi inferior a R$ 100 (R$ 72,35).

Pelos números do estudo, Mato Grosso é o quarto estado do Brasil com pior índice de queda de miserabilidade. O pior de todos é o Pará, com 7,76% de queda. Mas Mato Grosso é um dos que têm baixo índice populacional na linha da miséria, sobretudo quando comparado com estados do Nordeste, campeões em miserabilidade, com taxas que vão até 40% de sua população.

A pesquisa considerou miseráveis pessoas que vivem com a média de renda de R$ 125. No caso das famílias, o valor é considerado por pessoa (per capita). Se moram quatro pessoas na casa e a renda mensal total é de um salário mínimo, essa família é considerada miserável, porque a renda é de R$ 95. Na análise do estudo, a queda da miserabilidade tem como explicação as políticas públicas que beneficiaram a parcela mais pobre da população, como o aumento do salário mínimo e a Bolsa-Família. O programa federal de transferência de renda viveu um incremento no ano passado, em virtude da proximidade com as eleições, como aponta o estudo.

Os números do Brasil mostram que seis milhões de brasileiros deixaram a linha da miséria e o país conseguiu consolidar o cumprimento da primeira das oito metas do milênio estabelecidas pela ONU, que diz respeito à redução da miséria extrema em 50% em 25 anos. No relatório da pesquisa, a Fundação Getúlio Vargas coloca que já havia anunciado o cumprimento dessa meta, com um percentual de queda da miséria acumulada - entre 1992 e 2005 – de 54,61%. Com os números de 2006, a queda acumulada chega a 58,54%.

Conforme a análise dos dados do PNAD, a Fundação Getúlio Vargas divulgou que a maior queda da miséria foi observada entre os que se declararam indígenas ao IBGE, com 21,85% de queda. A análise destaca que o grupo abrange apenas 0,27% do total de entrevistados no país. Outro ponto de destaque é que a constatação de que a pobreza é maior entre negros e pardos.





Fonte: Diário de Cuiabá

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