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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Segunda - 17 de Setembro de 2007 às 10:54
Por: Carlos Avalone

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A interrupção de quatro minutos no fornecimento de energia elétrica a quase 40 mil unidades consumidoras na Baixada Cuiabana, ocorrida na quarta-feira da semana passada, foi o primeiro sinal da fragilidade no sistema elétrico de Mato Grosso. Caso continue a paralisação da produção da Termelétrica de Cuiabá, por falta do fornecimento do gás boliviano, apesar de termos já o título de 'exportadores' de energia elétrica, teremos mais 'apagões' e voltaremos a ter na lista dos entraves ao desenvolvimento do Estado, a questão energética.

Quando, preocupado com a situação, solicitei oitiva com o diretor da EPE, Fábio Garcia, (que gentilmente participou de nossa sessão na Assembléia Legislativa um dia antes e nos respondeu a todos os questionamentos), meu objetivo era alertar Mato Grosso quanto à necessidade de tomarmos um posicionamento firme em relação à situação. O problema não é apenas da empresa que ganhou a licitação para a produção de energia. É do Brasil, e principalmente, de Cuiabá e Mato Grosso, pois energia elétrica é um serviço de utilidade pública essencial.

Como venho falando há algum tempo, a paralisação do fornecimento do gás natural pela Bolívia irá desestabilizar nosso sistema elétrico - por falta de insumo na produção de energia pela Termelétrica de Cuiabá – e qualquer interferência externa, como 'chuvas e trovoadas', problemas nas linhas de transmissão e acidentes, poderá gerar 'apagões freqüentes' por força de não termos uma 'reserva'.

Nos próximos meses, começaremos a época de chuvas, e muitos desses problemas poderão ocorrer. Poderemos nos deparar com falta de energia elétrica para não apenas a produção industrial e comercial, mas também nas casas da população da baixada cuiabana, e o que mais preocupa, em hospitais e centros de saúde.

Além disso, a instabilidade no fornecimento do gás natural poderá trazer resultados negativos também em relação à atração de novos empreendimentos para Mato Grosso, que tinha no produto e em seu preço um aspecto competitivo frente a outros centros. O nosso governo foi condescendente, entendeu e aceitou o aumento de preço de mais de 250% no gás natural ocorrido em maio, passando de 1,19 dólares por milhão de BTU para 4,20. Um aumento absurdo, que veio sem a exigência devida e a garantia do efetivo cumprimento do contrato, ou seja o restabelecimento do fornecimento pela Bolívia.

Entendo que esta questão deve voltar à pauta de discussão do governo Estadual, sendo tratado pelo governador Blairo Maggi como prioridade para Mato Grosso e também pelo governo Federal, em especial da Casa Civil, com a articulação da Ministra Dilma Roussef. Não é possível que exista um tratamento de forma não isonômica da Bolívia para com o Brasil, fornecendo gás para a Petrobrás, mas não cumprindo tratos previamente estabelecidos com Cuiabá. E pior: não é possível que após anos de lutas e conquistas, voltemos a ter como entrave para o desenvolvimento de Mato Grosso a nossa deficiência energética.

Carlos Avalone – Deputado Estadual, Líder do PSDB na Assembléia Legislativa de Mato Grosso e vice-presidente da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso





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