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Economia
Segunda - 17 de Setembro de 2007 às 07:12

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O crescimento próximo dos 5% esperado para este ano deve fazer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se distanciar do antecessor Fernando Henrique Cardoso na média anual de crescimento da economia.

Enquanto nos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso a economia brasileira cresceu em média 2,3% ao ano --2,5% no primeiro mandato e 2,1% no segundo--, o governo Lula deve fechar 2007 com uma expansão média de 3,63% ao ano.

O número leva em conta a expectativa de 4,71% de crescimento para este ano, conforme pesquisa semanal realizada pelo Banco Central com bancos e agentes do mercado financeiro.

Até o ano passado, o crescimento econômico dos dois governos era mais parecido: 2,7% nos anos Fernando Henrique e 2,6% no primeiro mandato do governo Lula, antes da revisão do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no início deste ano.

Os dois presidentes também conviveram com momentos bastante diferentes na conjuntura mundial.

O governo Fernando Henrique enfrentou três crises econômicas --no México em 1994, na Ásia em 1997 e na Rússia em 1998-- que acabaram tendo impacto no Brasil e culminaram na adoção do câmbio livre e numa forte desvalorização do real em 1999.

Em 2002, às vésperas do pleito que elegeu Lula, a incerteza sobre que os rumos da economia com a possível mudança de governo derrubaram o real em provocaram uma forte queda no volume de investimentos no país.

Já o presidente Lula pegou a economia mundial em expansão, e enfrenta agora, depois de quatro ano e meio, sua primeira crise internacional, com os problemas no mercado imobiliário americano, de dimensões ainda desconhecidas.

Desde 2003, a economia mundial tem crescido acima de 4% ao ano.

Neste período, em apenas um ano, 2004, a economia brasileira cresceu mais do que a média mundial.

A expansão da economia brasileira foi de 5,7% naquele ano, enquanto a economia mundial cresceu 5,3%, de acordo com o banco de dados do FMI (Fundo Monetário Internacional).

Em todos os outros anos, desde 1996, o crescimento da economia brasileira ficou abaixo da média mundial.

A expansão dos últimos três anos na economia mundial foi a maior dos últimos 30 anos.

"O Fernando Henrique pegou um período de crises internacionais, mas também pecou por não ter feito o ajuste fiscal e por ter demorado muito para ajustar o câmbio", diz o economista Alexandre Lintz, economista-chefe do banco BNP Paribas no Brasil.

Já o presidente Lula, diz ele, se beneficiou do bom momento da economia mundial, com aumento do preço das commodities agrícolas --principal produto de exportação do país-- por causa da expansão especialmente no mercado asiático.

Mas ele diz que o governo atual também tem o mérito de manter o superávit primário e colocar uma equipe técnica e manter a autonomia do Banco Central, o que deu credibilidade ao país perante os investidores.

A atual crise imobiliária nos Estados Unidos é um fator de incerteza para o futuro, já que espera-se uma redução no ritmo de crescimento da economia americana, que vinha puxando a economia mundial.

"O lado positivo é que isso acontece ao mesmo que outras regiões estão em expansão, e o crescimento da China mantém o preço dos commodities que o Brasil exporta", afirma Lintz.





Fonte: AE

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