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Politica Brasil
Sábado - 15 de Setembro de 2007 às 16:29

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A revista IstoÉ desta semana publicou reportagem sobre o chamado "mensalão mineiro", que incriminaria o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), o ministro das Relações Institucionais, Walfrido dos Mares Guia, e o governador de Minas Gerais, Aécio Neves, em um esquema de arrecadação de dinheiro muito semelhante ao do PT, descoberto em 2005.

O mensalão do PT resultou na abertura de processo no Supremo Tribunal Federal (STF) contra 40 pessoas, entre elas os ex-ministros José Dirceu, Luiz Gushiken e Anderson Adauto. A IstoÉ afirma que teve acesso à papelada da Polícia Federal que servirá de base para a denúncia que o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, apresentará ao STF contra os envolvidos.

Assim como no mensalão do PT, seu antecessor mineiro teve como um dos personagens principais o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. O mensalão mineiro foi qualificado pela PF de "organização criminosa" - termo usado pelo procurador-geral da República para designar o esquema do PT.

O caso mineiro

De acordo com as investigações da PF apresentadas pela IstoÉ, o "mensalão mineiro" surgiu na malsucedida campanha pela reeleição do então governador Eduardo Azeredo, em 1998. Com mais de cinco mil páginas, o inquérito, diz a revista, tem num relatório da PF a radiografia de como foi montado o esquema e quem se beneficiou dele.

A reportagem de IstoÉ afirma que, oficialmente, a campanha de Azeredo custou R$ 8 milhões, mas foram arrecadados no esquema do "mensalão mineiro" mais de R$ 100 milhões com o desvio de verbas de estatais e empréstimos bancários. O ministro Walfrido dos Mares Guia é acusado de ter movimentado mais de R$ 24 milhões para a campanha de Azeredo; o PT, de ter recebido R$ 880 mil; o governador Aécio Neves, que na época lutava pela reeleição à Câmara, de ter recebido R$ 110 mil do esquema.

Ainda de acordo com a IstoÉ, já mostrado a promotores próximos do procurador-geral, aos poucos assessores que freqüentam o gabinete do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo, relator do mensalão do PT, e a um grupo seleto de policiais, o documento de Antonio Fernando de Souza sobre o "o mensalão mineiro" é demolidor.

Com base nas informações reveladas no relatório, a revista diz que "fica fácil entender por que houve tanta pressão dos tucanos e até a complacência do PT para não se abrir uma CPI exclusiva para esse caso". Na ocasião, lembra a IstoÉ, o senador Delcídio Amaral (PT-MS), que presidia a CPI dos Correios, classificou de "documento apócrifo" a lista elaborada pelo então coordenador financeiro da campanha de Azeredo, Cláudio Mourão, e que serviu de base para o trabalho da PF.

A revista, no entanto, faz uma ressalva. "Com exceção dos 82 deputados federais ou estaduais que receberam, em nome próprio ou de assessores, depósitos feitos diretamente pelas empresas de Marcos Valério, não é possível por enquanto assegurar que os repasses ao restante dos 159 políticos, incluindo o então candidato a deputado federal Aécio Neves, tiveram origem no caixa 2 operado pelo publicitário e pelo núcleo central da campanha de Eduardo Azeredo". Isto porque, segundo a IstoÉ, muitos dos saques foram em dinheiro vivo, o que dificulta o rastreamento.





Fonte: AE

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