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Nacional
Sexta - 24 de Agosto de 2007 às 19:51

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O diretor da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP ), ocupada na última terça-feira (21), afirma não se arrepender de pedir intervenção da Polícia Militar. A Tropa de Choque foi chamada e retirou manifestantes que se concentravam no prédio histórico do Largo São Francisco.

Segundo Rodas, os manifestantes tentaram impor sua vontade, sem negociação. “Esses grupos, embora respeitáveis, não agem com grande legalidade. Mas esperam que, com referência a eles, exista imunidade. A tradição que esses grupos têm é péssima. São violentos e deixam rastros terríveis”, disse. Leia a entrevista que o diretor concedeu ao G1.

G1 - Por que houve a decisão de chamar a polícia?

João Grandino Rodas – Porque o grupo tomou a faculdade, começou a fazer barricadas e, logo em seguida, entraram os sem-terras e outros movimentos. Não se apresentaram alunos como líderes: eram grupos externos, que tinham de aparecer e mostrar seus objetivos. Esses grupos, embora respeitáveis, não agem com grande legalidade. Mas esperam que, com referência a eles, exista imunidade. A tradição que esses grupos têm é péssima. São violentos e deixam rastros terríveis.

G1 – O senhor se arrepende de ter chamado a PM?

Rodas - Ninguém gosta disso e não foi uma decisão simples. Mas não me arrependo, porque não podemos deixar a universidade pública ser sucateada. Se isso não tivesse sido feito, hoje teríamos uma segunda ocupação como a da reitoria da USP.

G1 – Mas os manifestantes diziam que sairiam em 24 horas.

Rodas – Eles diziam que iam ficar só até o dia seguinte, mas ninguém garante. O que tinham lá dentro para alimentação não era para um dia. E estava tudo no controle deles. Se eu não tivesse tido a oportunidade de inúmeras horas de negociação, talvez tivesse caído mais uma vez. Vi no caso da reitoria como foi.

G1 – Como foram as negociações?

Rodas – Eles propuseram um acordo, que era apenas o de aceitá-los. A negociação era sinônimo de ficar lá dentro.

G1 – A reitora sabia dessa decisão?

Rodas – A reitora ficou sabendo desde o início e não obstou. No momento em que tomei a decisão, a reitora sabia. Ela não foi covarde e nem leniente. Tomou atitudes importantes na questão da universidade. Não foi decisão solitária da minha parte.

G1 - Por que houve o fechamento da universidade nesta sexta?

Rodas - A decisão foi administrativa, cautelar, para preservar as pessoas em primeiro lugar e depois o prédio, que é tombado. Já estava noticiado que haveria passeata. É claro que é possível fazer manifestação, mas não de maneira que impeça os demais de se locomover, entrar e sair do prédio.

G1 – O governador chegou a falar com o senhor?

Rodas - Nunca cheguei a falar com o governador. Nenhuma autoridade do estado chegou a sugerir nada.




Fonte: G1

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