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Nacional
Quinta - 23 de Agosto de 2007 às 12:11

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A iniciativa daCâmara Municipal de São Paulo de homenagear o coronel aposentado da Polícia Militar, Luiz Nakaharada, com o título de cidadão paulistano foi criticada em evento na Secretaria de Justiça na manhã desta quinta-feira (23). A entrega do título ao coronel, apontado como um dos responsáveis pelo massacre do Carandiru, quando 111 presos foram mortos, foi marcada para esta noite.

"O coronel vai ser hoje homenageado com o título de cidadão paulistano. Nós não aceitamos esse tipo de título para quem cometeu tantos homicídios e até hoje não foi punido. É uma afronta à Justiça", reclamou Ariel de Castro Alves, secretário-geral do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), um dos que discursaram na abertura do evento.

Nakaharada comandava 74 homens e treze cães do 3º Batalhão da Tropa de Choque da PM e, segundo presos que sobreviveram ao massacre, teria entrado atirando com uma metralhadora Beretta 9 milímetros. O coronel aposentou-se no primeiro semestre de 2007 e entrou para reserva.

"Tem 87 policiais que participaram e não foram julgados. Ele é um deles. A atividade aqui é também um ato de repúdio para a homenagem de alguém acusado de abusos policiais e de participar do massacre do Carandiru. O único que foi condenado, o Tribunal de Justiça acabou absolvendo, mas a Justiça Divida foi feita posteriormente", completou o representante do Condepe, referindo-se ao coronel Ubiratan Guimarães.

Ao G1, o vereador Jooji Hato (PMDB), responsável pela homenagem, disse que não sabia que Nakaharada fazia parte do massacre do Carandiru e justificou a honraria com base no trabalho realizado pelo policial na Lei Seca.

O evento

O evento foi marcado para o lançamento da segunda edição de uma cartilha sobre abordagem policial, organizada pelo Centro de Direitos Humanos de Sapopemba (CDHS) e contou com a participação do secretário estadual de Justiça, Luiz Antonio Guimarães Marrey. A primeira tiragem da cartilha, de três mil exemplares, esgotou em menos de um mês. "Incluímos nesta segunda edição informações sobre GLBTT, audiências públicas e criação de ouvidorias nas comunidades", explica André Alcantara, advogado do CDHS.

O texto traz orientações sobre o que a polícia pode e o que não pode fazer, com detalhes sobre como e quando podem ser realizadas buscas em casas, fardamento obrigatório e procedimentos em revistas e abordagens nas ruas. Além do secretário de Justiça, também participaram representantes da Ouvidoria de São Paulo, do Ministério Público, políticos e policiais, estes bastante aplaudidos quando anunciados.





Fonte: G1

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