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Repórter News - reporternews.com.br
Meio Ambiente
Terça - 21 de Agosto de 2007 às 06:50

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Astrônomos identificaram uma estrela morta nas vizinhanças da Terra com características incomuns.

O objeto, conhecido como estrela de nêutrons, foi estudado com o auxílio de telescópios espaciais e observatórios em terra.

Este, contudo, que fica na constelação de Ursa Menor, parece não ter algumas das características encontradas em outras estrelas do tipo.

Detalhes do estudo, realizado por uma equipe de pesquisadores americanos e canadenses, serão divulgados no Astrophysical Journal.

Se a descoberta for confirmada, será a oitava "estrela de nêutrons isolada" de que se tem conhecimento. Estas são estrelas de nêutrons que não têm um resíduo de supernova associado, uma companheira binária ou radiação pulsante.

O corpo celeste foi apelidado Calvera em homenagem a um vilão no filme de faroeste dos anos 60, Sete Homens e um Destino.

"As sete estrelas de nêutrons isoladas identificadas previamente são conhecidas como as sete personagens do filme dentro da comunidade (científica)", disse o co-autor do estudo, Derek Fox, da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos.

"Então o nome Calvera é um tipo de piada interna."

Os autores do estudo estimam que o objeto esteja a uma distância de 250 a mil anos-luz da Terra. Com isso, Calvera seria uma das estrelas de nêutrons mais próximas da Terra.

Estrelas de nêutrons são um dos possíveis estágios finais na vida de uma estrela. Elas são criadas quando estrelas com massas de quatro a oito vezes a do Sol esgotam sua energia nuclear e passam por uma explosão de supernova.

Esta explosão afasta as camadas mais externas da estrela, formando um resíduo de supernova. A região central da estrela se contrai com a gravidade, fazendo com que prótons e eletrôns se combinem para formar nêutrons, e daí vem o nome "estrela de nêutrons".

Catálogos

Robert Rutledge da Universidade McGill, em Montreal, no Canadá, notou originalmente o objeto. Ele comparou um catálogo de 18 mil fontes de raios-X do satélite teuto-americano Rosat, que operou de 1990 a 1999, com catálogos de objetos que apareciam com luz visível, infravermelha ou ondas de rádio.

Rutledge percebeu que uma fonte do Rosat, conhecida como 1RXS J141256.0+792204, não parecia ter um correspondente em nenhum outro comprimento de onda.

O grupo direcionou o satélite Swift da Nasa, a agência espacial americana, para o objeto em agosto de 2006. O telescópio de raios-X de Swift mostrou que a fonte ainda estava lá, e estava emitindo a mesma quantidade de energia raios-X que emitia durante a era do Rosat.

As observações do Swift permitiram ao grupo identificar a posição do objeto de maneira mais precisa, e demonstrou que ele não está associado a nenhum outro objeto astronômico conhecido.

Os pesquisadores prosseguiram o trabalho com o telescópio Gemini, no Havaí, e uma observação pelo Observatório Chandra de raios-X da Nasa.

Propriedades incomuns

Exatamente que tipo de estrela de nêutron é Calveira continua sendo um mistério. De acordo com Rutledge, não há teorias alternativas amplamente aceitas para explicar os objetos como este que são brilhantes em raios-X e obscuros em luz visível.

"Ou Calvera é um exemplo incomum de um tipo conhecido de estrela de nêutrons ou é algum tipo de estrela de nêutrons, o primeiro desse tipo", disse Rutledge.

A localização de Calvera, num nível acima do plano da nossa galáxia, a Via Láctea, também é um mistério. Os pesquisadores acreditam que o objeto é um resíduo de uma estrela que viveu em nossa galáxia, antes de explodir como uma supernova.

Sua posição atual, contudo, mostra que se deslocou.





Fonte: BBC Brasil

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