PR vai exigir que Maggi continue na política por compromisso com MT
A questão do afastamento de Maggi da política governamental, aliás, deverá ser tema de discussão já nesta terça-feira, durante reunião dos republicanos em Cuiabá. Maggi é atualmente presidente de honra do Diretório Nacional do PR. Com forte trânsito junto ao Governo Federal, o nome do governador de Mato Grosso há muito vem sendo sondado para disputar eleições de nível nacional, como candidato a vice-presidente, numa chapa a ser encabeçada pela ministra Dilma Rouseff; ou mesmo ao Senado Federal por Mato Grosso.
Uma coisa é certa: o propósito do governador de se distanciar o processo político sucessório está descartado na avaliação de Pagot. Recentemente, ao tentar se esquivar de comentar as notícias dando conta da articulação do PT, que participa do Governo Maggi, queria lança-lo como vice da ministra da Casa Civil como candidata a Presidente da República, Maggi disse que pretendia deixar a política, retomando suas atividades empresariais. Mais até: disse que os aliados estariam “liberados” para execução de seus projetos de futuro na política, sem contar com a sua presença ou interferência.
Sinal que os ex-integrantes do falecido Partido da Frente Liberal (PFL), hoje DEM, queria. Com o “vácuo” de comando da linha sucessória, os democratas lançaram imediatamente Jaime Campos, atual senador da República, como candidato ao Governo. Com ele, o senador Jonas Pinheiro como candidato a um terceiro mandato no Senado.
Pagot foi taxativo ao ressaltar que os republicamos estão vivos e vão disputar as eleições de 2008 em todos os níveis. Inclusive, em Cuiabá, principal colégio eleitoral do Estado e cuja eleição tem fortes repercussões políticas e até eleitorais para as sucessões futuras, a começar pelo Governo em 2010. A regra diz que o grupo que domina a Prefeitura de Cuiabá tem metade das chances de vencer a eleição seguinte para o Governo, Senado, e composição da Câmara dos Deputados e Assembléia Legislativa. O PR, segundo Pagot, terá candidato próprio, mesmo reconhecendo a condição de inferioridade que qualquer um que deseja disputar a Prefeitura de Cuiabá tem no momento para o atual prefeito Wilson Santos, candidato a reeleição.
“Wilson Santos está com a faca e o queijo na mão, é insuperável com R$ 320 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que deverá ser aplicados até 2008” – disse o economista, considerado um dos principais articuladores político do Governo Maggi. “O candidato do PR não vai enfrentar qualquer um. Não podemos menosprezar Wilson Santos”. Pagot evitou comentar eventual possibilidade de Santos se transferir para o PR até o término do prazo final de transferência partidária, tese levantada diante da proximidade entre o governador e o prefeito, reforçada nas últimas semanas com liberação de verbas, articulações para mais recursos e externada com o eloqüente elogio do prefeito ao governador e ao presidente Lula.
A par da disposição do PR em manter Maggi na política em 2010 e de disputar a eleição do ano que vem na maioria dos município, Luís Antônio Pagot considera que os republicanos estão bastante atrasados. Segundo ele, o partido tem conversado muito pouco com os aliados. “Temos um grupo de aliado forte, precisamos discutir arco de aliança em 2008” – comentou, se referindo ao DEM que, em função da própria postura de Maggi, nos últimos dias vem se afastando do chamada “turma da botina”. O DEM sempre foi aliado preferencial do grupo que está no Governo.
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