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Internacional
Domingo - 15 de Julho de 2007 às 21:07

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O Prêmio Nobel da Paz Shimon Peres, que prestou juramento neste domingo como novo presidente do Estado de Israel, confirmou que deseja dar um peso mais político a uma função que, até o momento, é honorária.

Peres, de 83 anos, foi eleito pelo Parlamento para um mandato não renovável de sete anos no último 13 de junho, sucedendo Moshe Katzav, que enfrenta processo por assédio sexual.

"Um presidente tem direito a ter uma visão. Tem de incentivar o processo de paz, a paz entre nós, com nossos vizinhos e em toda a região", declarou Peres, após a cerimônia celebrada no Parlamento (Knesset).

"Israel deve ser hospitaleiro para os judeus que não são israelenses e para os israelenses que não são judeus", acrescentou.

Quanto ao futuro incerto da região, o veterano político mostrou mais uma vez seu lendário otimismo.

"Permitam-me ser um sonhador e destacar os aspectos positivos do nosso Estado", disse Peres, relançando a idéia de transformar o Vale do Jordão e o Deserto do Arava, no sul de Israel, em um "vale da paz" construído em parceria com a Jordânia e os palestinos.

Seus poderes são, em teoria, muito limitados, e entre eles está o de designar o deputado que considera em melhor posição para formar maioria depois das eleições ou após a demissão de um primeiro-ministro. O presidente pode também conceder perdão a prisioneiros, se tal decisão estiver de acordo com o ministro da Justiça.

Peres "pretende ter influência nos assuntos políticos, e a questão é saber se isso não vai se chocar com (o primeiro-ministro) Ehud Olmert e seus sucessores", refletiu Ben Caspit, do jornal "Maariv".

"Shimon Peres é uma das personalidades israelenses mais importantes dos últimos 60 anos. É alguém bem-vindo e conhecido no mundo inteiro", afirmou neste domingo Olmert diante do Knesset.

O jornal "Yediot Aharonot" publicou um "plano de 100 dias" elaborado por Shimon Peres para "dar uma nova dimensão à função presidencial". O plano prevê que Peres tenha papel ativo em assuntos relacionados ao processo de paz com os palestinos e os países árabes.

Segundo o comentarista de questões jurídicas para a rádio pública israelense Moshe Negbi, a situação política atual pode favorecê-lo.

"Se Ehud Olmert foi obrigado a renunciar pelas conclusões definitivas do relatório sobre as falhas na guerra de Líbano no verão passado, o presidente terá de escolher um candidato para sucedê-lo, embora nenhum se encaixe no perfil no momento", explica.

Com 50 anos de carreira política, Peres foi premier em duas ocasiões, ministro das Relações Exteriores, da Defesa, das Finanças, Informação e Transportes.

Considerado um dos "pilares" do Partido Trabalhista, no qual fez carreira antes de se juntar ao partido Kadima, fundado por Ariel Sharon, Peres apoiou nos anos 70 as primeiras colônias na Cisjordânia ocupada, quando era ministro da Defesa.

Passou a ser chamado de "pomba da paz", ao favorecer as negociações que levaram aos acordos de Oslo, assinados com Yasser Arafat, em 1993. Como reconhecimento por seu trabalho, Shimon Peres ganhou em 1994 o Prêmio Nobel da Paz, ao lado de Yitzak Rabin e Arafat.





Fonte: AFP

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