Com romance e humor, "Sete Pecados" se dá bem no Ibope

Escândalos, perseguições, humor, romance e uma São Paulo irretocável como cenário. A novela "Sete Pecados" apostou em uma fórmula já consagrada por Walcyr Carrasco e marcou 36 pontos de audiência --4 pontos a menos que a antecessora "Pé na Jaca" e o mesmo resultado de "Cobras e Lagartos"-- em sua estréia.

Durante a semana --considerando os três primeiro capítulos--, no entanto, o Ibope oscilou entre 32 e 33 pontos. "A novela começou em potência máxima para chamar a atenção do telespectador. É questão de tempo para que a trama caia no gosto do público", diz Claudino Mayer, especialista em teledramaturgia. Segundo ele, a queda de audiência em relação ao capítulo de estréia é normal.

A história de Beatriz (Priscila Fantin), a patricinha que subverte o caráter do taxista Dante (Reynaldo Gianecchini), e a maneira bem-humorada como "Sete Pecados" aborda os conflitos familiares e amorosos são pontos considerados positivos pelo estudioso.

"A novela é engraçada e retrata a família brasileira", diz. O vídeo que mostrou Beatriz traindo o namorado no mar --livremente inspirado no flagra de Daniella Cicarelli-- trouxe uma pitada de realidade à novela e foi outra boa idéia do autor. "Quanto mais verossímil, maior a audiência", fala.

Além disso, o elenco, que mistura nomes de peso como Claudia Raia com jovens promessas como Kayky Brito, também deu o tom certo para a trama. Nesta primeira semana, o destaque foi a perua Rebeca (Elizabeth Savalla), mãe de Beatriz e viciada em tratamentos estéticos.

A atuação do trio de protagonistas, Priscila Fantin, Giovanna Antonelli e Reynaldo Gianecchini, também superou expectativas nos primeiros capítulos de "Sete Pecados". "O destaque é a Priscila. Achei que ela fosse fazer uma versão moderna da Olga, sua vilã em 'Chocolate com Pimenta'. Mas ela está carregando a novela", analisa Nilson Xavier, criador do site Teledramaturgia.

Apesar do bom desempenho, a trama também contou com pontos negativos. O excesso do hit "Deixo", de Ivete Sangalo, por exemplo, foi um deles. Outro fator que pesa contra o folhetim de Walcyr Carrasco é a estereotipação de alguns personagens, como o chef irado Pedro (Sidney Sampaio). "Achei muito teatral", fala Xavier.