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Internacional
Domingo - 17 de Junho de 2007 às 11:43

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TEERÃ - O governo iraniano condenou neste domingo, 17, como "um claro caso de islamofobia" a condecoração concedida pela rainha da Inglaterra Elizabeth II ao escritor anglo-indiano Salman Rushdie, condenado à morte pelo Irã, em 1989, por seu livro Versos Satânicos.

O gesto, "com toda certeza, colocará as autoridades britânicas contra as sociedades muçulmanas", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Mohamad Ali Hosseini, em sua entrevista coletiva aos domingos.

Rushdie, que recebeu no último sábado o título de Cavalheiro do Império Britânico, foi condenado à morte pela República Islâmica do Irã em 1989, por publicar uma obra que as autoridades iranianas consideraram blasfema contra o Islã e seu profeta, Maomé.

A condecoração, concedida a Rushdie por sua contribuição à literatura, "mostra que insultar os sacramentos islâmicos não é algo casual, mas parte de uma corrente dirigida e apoiada por alguns países ocidentais", segundo Hosseini.

No Paquistão, país de maioria muçulmana, manifestantes também criticaram o título concedido ao escrito indiano. "Nós protestamos contra o grande mal da Terra, o diabo Salman Rushdie, por ser chamado de ´sir´", dizia um cartaz de um grupo ativista.

´Foragido´

O romancista, nascido em 1947 em Mumbai, na Índia, teve que permanecer fugindo por quase dez anos, depois que o aiatolá Khomeini ofereceu dinheiro para quem o matasse: US$ 3 milhões aos iranianos e US$ 1 milhão aos cidadãos de outras nacionalidades.

Durante esse tempo, as autoridades do Irã não levaram em consideração as pressões internacionais e a conversão de Rushdie ao Islã, anunciada pelo escritor em 1990.

Em 24 de setembro de 1998, o então presidente iraniano, o moderado Mohammad Khatami, anunciou nas Nações Unidas que dava por encerrado o "caso Rushdie", no sentido de que seu Governo não agiria contra o escritor.




Fonte: EFE

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