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Nacional
Terça - 12 de Junho de 2007 às 23:10

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira duvidar que seu irmão Genival Inácio da Silva, o Vavá, tenha feito lobby junto ao governo. Para Lula, Vavá está mais para ingênuo do que para lobista.

"Não acredito que Vavá seja lobista. Ele está mais para ingênuo", disse ele hoje em Guarulhos (SP) antes de participar da abertura do Congresso Nacional dos Metalúrgicos da CUT.

Vavá foi indiciado por tráfico de influência no Executivo e exploração de prestígio no Judiciário por suposto envolvimento com a máfia dos caça-níqueis, desmontada pela Operação Xeque-Mate. A PF chegou a pedir a prisão do irmão de Lula, mas a Justiça indeferiu o pedido.

Lula disse que o nome de Vavá ganhou destaque na investigação pelo seu parentesco com o presidente. "As investigações da Polícia Federal se preparam para encontrar um cardume de pintados. O Vavá parece ser um lambari nessa história. Só que é um lambari especial por ser irmão do presidente."

O presidente aproveitou para elogiar o irmão, a quem chamou de "paizão". "Fui ao Vavá há 15 dias e o achei abatido, envelhecido. Na próxima vez em que vier a São Paulo, vou visitá-lo outra vez. Tenho carinho especial. Ele é um paizão da família, cuida de todo mundo."

O presidente, entretanto, pediu cautela e para evitar pré-julgamentos, pois o correto é esperar e seguir a ordem: primeiro vem a investigação, depois o indiciamento e depois o julgamento. "Até lá, são todos inocentes."

Lula fez uma crítica aos vazamentos de informações sigilosas da Polícia Federal. "Ao delegado cabe investigar e encaminhar isso para o Ministério Público indiciar os suspeitos. Não cabe a ele [delegado] ficar passando informações para a imprensa. O que tenho observado é que as informações vão pingando na imprensa e as pessoas são execradas sem o direito de se defenderem."

Lula disse que não comentaria o teor dos grampos telefônicos, pois isso não é atribuição de um presidente da República. "Presidente não pode ficar respondendo sobre telefonema. Acho que é melhor esperar a investigação correta. Os que forem culpados serão punidos."

Punição

Mesmo duvidando da culpa de Vavá, Lula afirmou que o irmão será punido como qualquer outro brasileiro se for comprovada a acusação de tráfico de influência.

"Se o Vavá foi a algum ministério e entregou papel eu só posso dizer para vocês que eu duvido que o Vavá tenha conseguido fazer algum lobby na sua vida. Eu duvido. Como eu conheço ele há 61 anos de idade, eu vou dizer pra vocês que eu duvido que o Vavá tenha feito lobby no governo."

Lula afirmou que já chamou a atenção dos parentes para tentativas de pessoas querendo se aproveitar para ganhar vantagem no governo. "Eu sempre disse para eles o seguinte: toda vez que se alguém procurar ou se aproximar de vocês e pedir alguma coisa, na verdade, se for empresário, esse cara só pode ser um picareta. Porque se ele quiser um negócio ele liga diretamente para o ministro, não precisa ficar procurando um irmão ou primo. Se for procurar, esse empresário não é sério", afirmou.

O presidente disse ainda que já avisou seus parentes e irmãos que a única forma de evitar acusações é não cometendo erros. "Aprendi desde 1969 que pelo fato de ter sido eleito dirigente sindical achei que podia subir em cima da mesa. Aí em aprendi com o tempo que pelo fato de eu ter responsabilidade o meu comportamento deveria ser sempre exemplar E foi assim a minha vida inteira."





Fonte: Folha Online

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