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Economia
Terça - 12 de Junho de 2007 às 19:42

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As medidas anunciadas hoje pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) não vão resolver um dos principais problemas dos exportadores brasileiros que é a forte queda do dólar em relação ao real, segundo avaliação do do vice-presidente da Abicalçados (Associação Brasileira as Indústrias de Calçados), Ricardo Wirth.

"O segmento exportador tem um problema muito grave, que é o câmbio. Em uma primeira análise, me parece que essas medidas não serão capazes de aumentar a competitividade dos exportadores", disse.

O dólar atingiu nos últimos meses o menor patamar dos últimos anos --hoje, a moeda está cotada ao redor de R$ 1,94. O valor baixo é prejudicial às empresas exportadoras, que registram lucro menor ao vender seus produtos no exterior, e também no mercado interno, já que os produtos importados ficam mais baratos e atraentes.

Os segmentos têxtil, calçadista, moveleiro e eletroeletrônico estão entre os mais beneficiados pelas medidas anunciadas hoje pelo ministro da Fazenda --que vão desde linhas de crédito até a isenção de impostos.

Para Wirth, as medidas ficaram aquém das expectativas, pois o setor esperava, entre outras coisas, a desoneração da folha de pagamentos.

Segundo o ministro Guido Mantega (Fazenda), a desoneração da folha não foi anunciada nesta terça-feira porque o modelo para essa redução de custo para as empresas ainda não foi concluído. Ele admitiu, entretanto, que reduzir a contribuição patronal paga ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) terá um impacto elevado nos cofres públicos.

"No primeiro momento, as medidas ficaram abaixo das expectativas, mas imagino que elas sejam apenas o começo do que está por vir. Só que estamos correndo contra o tempo", afirmou o vice-presidente da Abicalçados.

Wirth afirmou ainda que a linha de crédito de R$ 3 bilhões, para as empresas que faturam até R$ 300 milhões por ano e que atuam nos setores de calçados e artefatos de couro, têxtil e confecções e móveis, que será disponibilizada pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), terá impacto maior sobre os setores que estão fazendo investimentos, que não é o caso dos exportadores.

"Hoje, os exportadores praticamente não estão investindo. Eles estão tentando manter as fábricas operando."

Segundo Wirth, a queda do dólar abaixo dos R$ 2 terá impacto nas exportações principalmente a partir de outubro. De acordo com ele, as perspectivas do setor são de queda nas vendas ao mercado externo.

"Existe vontade do governo em procurar criar medidas que nos ajude. Mas o câmbio é um problema que não afeta só os calçadistas."





Fonte: Folha Online

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