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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Segunda - 04 de Junho de 2007 às 11:54

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Há poucos dias da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), boa parte do mercado projeta a execução de dois cortes consecutivos de 0,50 ponto percentual pelo próximos meses. Essa avaliação, no entanto, está longe de ser consensual, e mesmo "partidários" de cortes dessa tamanho listam boas razões para o Comitê manter o ritmo habitual de 0,25 ponto percentual.

"A reunião do Copom parecer ser a mais difícil em termos de previsibilidade dos últimos tempos", avalia o economista-chefe da Modal Asset Management, Alexandre Póvoa.

A aposta em torno do corte de 0,50 ponto percentual começou ainda em abril, na data da última reunião do Copom. O racha de opiniões explicitado na época reforçou as expectativas de que o Copom poderia acelerar a baixa da Selic, hoje em 12,50%.

De abril a maio, os números da economia ajudaram os otimistas. O dólar caiu abaixo de R$ 2,00 e praticamente arrastou junto a inflação, permitindo que a equipe econômica cumpra com folga a meta para este ano. Ao mesmo tempo, o nível de atividade mantém razoável crescimento, e a expressão "vôo de galinha" desapareceu da resenha econômica.

Esse otimismo, no entanto, é brecado em departamentos de análise de bancos e "assets". Mesmo entre aqueles que acreditam haver espaço para uma redução maior, há economistas que projetam corte de 0,25 ponto percentual. Entre as justificativas, está o dito "conservadorismo" do BC, que bloquearia iniciativas mais "radicais".

Entre os motivos para o BC manter o ritmo mais vagoroso de cortes, estão os indícios de que a economia está mais aquecida que o esperado, com possíveis efeitos colaterais: a massa salarial cresceu e a oferta de crédito teve um forte incremento. Em algum momento, essa combinação poderia impactar nos preços, apesar da concorrência dos produtos importados.

Economistas também chamam a atenção para a abertura da "boca do jacaré" --a disparidade entre o crescimento da produção industrial e das vendas no varejo, expressa em curvas que se distanciam num gráfico. Em outras palavras, trata-se de um desequilíbrio entre oferta e demanda que poderia redundar em inflação lá na frente.

"Os indicadores recentes da indústria e do comércio reforçaram o quadro de recuperação vigorosa da economia, o que poderia sugerir mais cautela na condução da política monetária", atesta Maristella Ansanelli, economista-chefe do banco Fibra. E contesta: "o bom desempenho dos investimentos, no entanto, reduz os temores de um descasamento entre oferta e demanda em um horizonte de curto-médio prazo".





Fonte: 24 Horas News

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