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Internacional
Domingo - 27 de Maio de 2007 às 08:05

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O Partido Socialista francês aparentemente não espera vencer as eleições legislativas marcadas para os dias 10 e 17 de junho, mas sim perder com a maior dignidade possível em um contexto difícil, no qual a direita deve obter grande maioria na Câmara dos Deputados.

"Não se espera um maremoto da esquerda, é o mínimo que podemos dizer", admitiu o ex-ministro socialista Dominique Strauss-Kahn, ressaltando que o número de deputados da esquerda na nova Assembléia Nacional "mostrará se a democracia francesa está viva".

Ainda abalados pela derrota nas eleições presidenciais, os socialistas franceses iniciaram a campanha nesta semana em Bordeaux (sudoeste), uma cidade onde sua candidata, Ségolène Royal, foi a mais votada em relação ao novo presidente francês, Nicolas Sarkozy.

No entanto, a desilusão é evidente. O primeiro encontro dos socialistas não teve a participação de figuras eminentes, apenas a do primeiro-secretário do partido, François Hollande. Os outros pareceram querer evitar serem associados à derrota nas urnas.

Frente aos socialistas, uma direita eufórica consegue desestabilizá-los mais a cada dia, sobretudo após a nomeação para o governo de figuras da esquerda, como o atual ministro das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, que havia apoiado Royal durante a campanha.

"Estamos determinados, convencidos e mobilizados. Não queremos ser simples objetos decorativos", afirmou Stephane Le Foll, braço-direito de Hollande.

Reforma

Dividido e à deriva desde sua humilhante derrota nas urnas em 2002, o Partido Socialista francês decidiu adiar sua reforma e modernização para depois destas eleições.

Royal, silenciosa e ausente após a derrota, decidiu não se apresentar para as eleições legislativas embora seus seguidores, que ainda a consideram a única representante da esquerda, esperam que desempenhe um papel de destaque na campanha.

Mas há quem já mencione opções para o seu lugar, como o prefeito de Paris Bertrand Delanoe que, para muitos, representa "a necessária modernização" do socialismo francês.

Neste momento, a Assembléia Nacional francesa, ou Câmara dos Deputados, conta com 359 representantes do partido UMP (União por um Movimento Popular), 149 socialistas, 29 centristas e 35 membros de outros partidos minoritários ou independentes.

Segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira (25), o UMP poderá obter entre 40% e 41,5% dos votos nas legislativas, o que significaria entre 379 e 431 assentos em um total de 577.





Fonte: France Presse

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