Justiça toma depoimentos mais esperados

A diretora comercial da Construtora Gautama, Maria de Fátima Palmeira, está depondo neste momento no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Após interromper o depoimento de Fátima na noite de ontem (25), após quatro horas e meia, a ministra Eliana Calmon, relatora do inquérito relativo à Operação Navalha, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no último dia 17, retomou o interrogatório às 9h25. Depois dela, será a vez de Zuleido Veras, dono da Gautama e apontado como mentor do esquema de corrupção.

Segundo as investigações da PF, Fátima é o braço direito de Zuleido no suposto esquema para fraudar licitações e desviar recursos públicos destinados a obras e programas sociais como o Luz para Todos, executado pelo Ministério de Minas e Energia - o ministro era Silas Rondeau, que renunciou após denúncias de envolvimento com as irregularidades.

Para a próxima segunda-feira (28), estão previstos os depoimentos dos últimos sete dos 47 presos pela Polícia Federal. Serão ouvidos o filho de Veras, Rodolpho de Albuquerque Soares de Veras; o engenheiro e diretor da empresa Abelardo Sampaio Lopes Filho; o diretor financeiro Gil Jacó Carvalho Santos; Dimas Soares de Veras, que além de empregado da construtora é irmão de Zuleido; a secretária da Gautama, Tereza Freire Lima; o funcionário Henrique Garcia de Araújo, que, segundo a PF, administra uma fazenda usada para legalizar o dinheiro obtido com os delitos mediante a compra e venda de gado e de João Manoel Soares Barros, também funcionário da Gautama.

Segundo a assessoria do STJ, até o momento, o deputado distrital Pedro Passos (PMDB-DF) não formalizou a intenção de depor. Passos deveria ter sido ouvido na última quarta-feira, mas foi solto na noite anterior, após obter habeas corpus concedido pelo ministro do Superior Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. No mesmo dia, a ministra Eliana Calmon retirou o nome do distrital da relação de depoentes por acreditar que, uma vez solto, ele não voltaria ao STJ para depor.