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Internacional
Sexta - 25 de Maio de 2007 às 22:00

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Dois ativistas do movimento Hamas morreram na noite desta sexta-feira e um terceiro ficou gravemente ferido após um ataque aéreo israelense a um bairro da zona leste da cidade de Gaza, num momento em que os palestinos pedem ajuda à ONU para tentar uma trégua que ponha fim ao último ciclo de violência.

O Exército de Israel confirmou que realizou "um ataque aéreo contra um veículo que transportava terroristas no bairro de Shujaiya".

O último ataque teve como alvo um veículo que transportava membros do braço militar do Hamas, as Brigadas Ezzedin Al Qassam, em Gaza. Dois deles morreram e um terceiro apresenta quadro de morte cerebral.

A ofensiva foi seguida de novos disparos de foguetes, assumidos pelo Hamas, contra a cidade israelense de Sderot, nos quais três civis israelenses ficaram feridos.

Em um bombardeio israelense anterior, quatro palestinos, entre eles um menino, ficaram feridos. O ataque foi dirigido a um posto no sul da cidade de Gaza utilizado pela Força Executiva leal ao Hamas, integrante do governo de união nacional.

Ataques

No total, a aviação de Israel lançou sete ataques desde a madrugada de sexta-feira, a maioria contra alvos do movimento Hamas.

Em meio aos ataques, cinco facções palestinas debateram na noite de hoje em Gaza uma proposta do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas, para alcançar uma trégua com Israel, informaram fontes do movimento islâmico Hamas.

"Esta trégua recíproca seria observada, em um primeiro momento, durante um mês na faixa de Gaza e, em seguida, na Cisjordânia", disse à AFP Ayman Taha, porta-voz do Hamas. Ele disse que seu movimento vai "estudar esta proposta".

Participaram da reunião representantes do Hamas, Jihad Islâmica, Fatah, Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP) e Frente Democrática de Libertação da Palestina (FDLP).

Abbas pediu na véspera o fim dos disparos de foguetes contra Israel a partir da faixa de Gaza e a conclusão de uma trégua com Israel para o conjunto dos territórios palestinos.

Desde 16 de maio, os israelenses mataram ao menos 40 palestinos -13 civis e 27 combatentes-- em ataques aéreos na faixa de Gaza, em represália a tiros de foguetes artesanais palestinos do tipo Qassam contra o sul de Israel, que deixaram um morto e vários feridos.

Haniyeh

Nesta madrugada, um dos ataques atingiu a área próxima da casa do premiê palestino, Ismail Haniyeh, membro do Hamas. A casa de Haniyeh fica localizada perto da Cidade de Gaza, na região do campo de refugiados de Shati.



Israel negou que a casa do premiê tenha sido o alvo do ataque. "Fizemos um ataque aéreo contra uma estrutura usada pelo Hamas em Shati. A casa de Haniyeh definitivamente não era nosso alvo", afirmou uma porta-voz do Exército.

Moradores locais afirmaram que o míssil atingiu uma tenda usada por membros do Hamas para guardar uma rua que leva até a casa do premiê. Uma pessoa ficou ferida, segundo testemunhas.

Nos últimos dias, altos oficiais israelenses, incluindo o ministro da Defesa, Amir Peretz, afirmaram que os ataques aéreos do país poderão atingir líderes políticos do movimento radical islâmico Hamas, do qual Haniyeh faz parte. "Não importa se a pessoa lançou um foguete ou é um líder político. Ninguém está imune", afirmou o vice-ministro da Defesa, Ephraim Sneh.

Os recentes confrontos na faixa de Gaza romperam uma trégua em vigor desde novembro de 2006. Israel começou a responder na última semana ao lançamento de foguetes palestinos contra seu território com ataques aéreos. Mais de 40 palestinos já morreram nos ataques.

Para evitar se tornarem alvos de ataques aéreos, líderes do Hamas em Gaza tomaram precauções como desligar os celulares e permanecer em locais fechados. Apesar da polêmica, nesta madrugada, o Exército israelense deteve em Jenin, norte da Cisjordânia, o ministro palestino Wasfi Qabha, membro do Hamas, informou uma fonte da segurança palestina. Os militares israelenses chegaram a Jenin a bordo de cerca de 20 jipes e prenderam o ministro, que estava em sua residência. A mulher do ministro, Nazmieh, confirmou a prisão em contato com a AFP




Fonte: France Presse

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