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Saúde
Segunda - 07 de Maio de 2007 às 08:38
Por: Rose Domingos

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A depressão, que sempre pareceu um mal exclusivo dos adultos, afeta cerca de 2% das crianças e 5% dos adolescentes do mundo. O distúrbio é difícil de ser detectado devido às peculiaridades da idade, pois os sintomas podem ser confundidos com birra, mau humor, tristeza e agressividade. A diferença está na intensidade, persistência e prejuízo das atividades normais, como ir à escola, praticar esportes e brincar.

Na década de 90 foram divulgados relatórios pela Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrando que a depressão atingia cerca de 330 milhões de pessoas no mundo. Entre as mulheres, a incidência é duas vezes maior. A tendência é que em 2020 a doença seja a segunda que mais acometa a população, perdendo apenas para os problemas do coração. O crescimento dela em homens, adolescentes e crianças é cada vez maior.

Segundo a psicóloga infantil, Valéria Costa Marques Vuolo, que trabalha há 21 anos nessa área, ao contrário do adulto, a criança deprimida pode estar "briguenta" e "quebrar toda a escola", numa forma diferente de provocar o isolamento. "O limite entre saúde e doença é sutil, vai além do simples ato de querer chamar a atenção. Ela não fica violenta porque quer, mas por não conseguir fazer diferente, é algo que não pode controlar".

Mais comum do que se imagina, a doença está presente em todas as camadas sociais. Pode ou não se originar de uma situação traumática, mas geralmente surge de vários fatores reunidos, como separação dos pais, aliada a um amigo que se mudou do prédio ou saiu da escola, o nascimento de um irmãozinho e um brinquedo preferido que quebrou. "Nesse tipo de caso, as perdas são muitas ao mesmo tempo, então a criança não consegue elaborar bem e dá sinais disso".

Para quem vou correr e chorar, se a mamãe já está chorando? Na cabeça da criança, períodos de separação conjugal, aliada a outros processos, geram a situação de se bancar sozinha. É como se não pudesse contar com ninguém, a sensação é de desproteção, o que provoca o esvaziamento emocional. Se depois da reestruturação familiar o menino ou menina persistir com os sintomas, é preciso buscar ajuda. Todo comportamento repetitivo pode significar um pedido de "socorro".

Valéria explica que o tratamento acontece através de "brincadeiras", porque desta forma o adulto consegue entrar no mundo da criança. Em alguns casos é necessário acompanhamento de um psiquiatra infantil, para dosagem de medicamentos, em razão do prejuízo metabólico registrado pelo organismo da criança. Todo processo necessita da parceria do pai e da mãe ou dos cuidadores, na ausência deles.





Fonte: Gazeta Digital

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