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Economia
Segunda - 02 de Abril de 2007 às 23:40

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O saldo na balança comercial brasileira caiu 8,5% em março, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o superávit foi de US$ 3,32 bilhões, resultado de exportações de US$ 12,85 bilhões e importações de US$ 9,53 bilhões.

Considerando-se a performance da balança nos últimos 12 meses, também houve, pela primeira vez desde 2001, redução no saldo. Entre abril de 2006 e março deste ano, o superávit caiu de US$ 45,6 bilhões para US$ 45,5 bilhões. A redução no saldo é conseqüência do aumento mais acelerado das importações, provocado, especialmente, pela valorização do real frente ao dólar.

"A tendência é que, até o final do ano, o saldo comercial se reduza, considerando que o ritmo do crescimento das importações em 2007 tem se mantido bem acima do ritmo de crescimento das exportações", afirmou o secretário de Comercio Exterior, Armando Meziat, ao detalhar os números.

A queda no superávit, no entanto, não preocupa o governo, que considera saudável o crescimento robusto de um lado e do outro da balança. Para Meziat, o aumento das importações significa que as empresas brasileiras estão comprando máquinas e equipamentos para investir internamente.

Além disso, ele acredita que a redução do saldo provocará valorização do dólar. "Na realidade, se houver uma redução significativa no superávit comercial, a pressão sobre o dólar diminui e, com isso, a tendência é que o preço do dólar suba. Com isso, a taxa de câmbio pode se recuperar e beneficiar o setor exportador", afirmou.

Empresas exportadoras cobram do governo medidas para aumentar o valor do dólar frente ao real. Elas alegam que, com a moeda estrangeira aproximando-se de R$ 2,00, são prejudicadas porque seus contratos foram feitos com o dólar valendo mais.

Também há a queixa de que o crescimento das importações de bens de consumo compromete as indústrias nacionais, que passam a competir com a concorrência de produtos como roupas, calçados, automóveis e brinquedos, no mercado internacional. Só em março, as importações desse setor cresceram 44,6% em relação a março de 2006. Na comparação do trimestre, o aumento é de 39%. Segundo o secretário, isso também não preocupa. "Isso será preocupante quando se tornar avassalador", disse Meziat.

Ele afirmou que a participação dos bens de consumo corresponde hoje a 13,2% das importações totais do país, enquanto os bens de capital e as matérias-primas (utilizados pela indústria), juntos, correspondem a 70%. As exportações no primeiro trimestre do ano chegaram a US$ 33,9 bilhões, e as importações somaram R$ 25,2 bilhões.





Fonte: Agência Brasil

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