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Meio Ambiente
Terça - 27 de Fevereiro de 2007 às 10:51

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Desastres ambientais apontados como decorrência do aquecimento global, escassez de recursos naturais essenciais -como a água- e a alta do petróleo conseguiram alçar a preocupação com a preservação do ambiente ao posto de prioridade para a iniciativa privada, mais de uma década depois da Eco-92, marco da conscientização sobre o problema.

Do evento, realizado no Rio, surgiram iniciativas como o Protocolo de Kyoto (compromisso de redução das emissões de gases pelos países signatários) e combativas organizações não-governamentais.

O que diferencia a nova onda verde é a participação de um "novo" protagonista: a iniciativa privada. Investimentos em tecnologias limpas, economia de recursos, reciclagem e substituição de matérias-primas entraram na pauta de empresas como a AmBev, que, de 2001 a 2005, investiu R$ 260 milhões em gestão ambiental (manutenção e controle das estações de tratamento de água e efluentes e dos processos de reaproveitamento de resíduos).

Além disso, hoje a preocupação com a natureza é abordada no bojo da sustentabilidade, conceito que envolve também o impacto social da atividade econômica e a capacidade de sobrevivência da companhia. Ou seja, a otimização do uso dos recursos na produção pode representar ganhos econômicos para a companhia.

Por exemplo, para reduzir o uso de combustíveis não-renováveis, a AmBev substituiu parcialmente o uso de óleo -30 mil toneladas por ano- e de gás natural -2 milhões de metros cúbicos- por biomassa e biogás, o que evita a emissão de quase 100 mil toneladas de gás carbônico por ano e representa economia de R$ 5,7 milhões. Já o reaproveitamento de 96,7% dos resíduos sólidos economiza R$ 51 milhões.

Os tópicos que mais chamam a atenção dos empresários são preservação da biodiversidade, uso racional de energia e água e mudanças climáticas, diz o professor Cláudio Boechat, do Núcleo de Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa da Fundação Dom Cabral, que pesquisou 33 empresas. Indicativos de interesse

Os indicativos do interesse do setor privado, aponta Boechat, são a consolidação de índices de sustentabilidade nas Bolsas de Valores -como o Dow Jones Sustentability Index, na Bolsa de Nova York, e o Índice de Sustentabilidade Empresarial, na Bovespa- e a participação de empresas na criação de uma norma ISO para empresas guiadas pela sustentabilidade.

No Brasil, o debate ganhou atenção em boa parte por conta da polêmica sobre a obtenção de licenças ambientais.

Alguns setores, em especial o de infra-estrutura, vêem "entraves ao crescimento econômico" nos processos de liberação de grandes obras.

Hoje, há duas obras de usinas hidrelétricas paralisadas por questões ambientais, conforme a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica).

"A legislação e o processo de licenciamento têm problemas, como foco excessivo em detalhes e análise restrita a fatores de impacto direto, mas são muito bons", avalia Rubens Mazon, professor de sustentabilidade da FGV (Fundação Getulio Vargas).





Fonte: Folha Online

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