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Meio Ambiente
Segunda - 26 de Fevereiro de 2007 às 06:05

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A situação mais grave de desmatamento em Mato Grosso está localizada na bacia do rio Xingu, região Norte do Estado. A área ocupada por ela é de aproximadamente 178 mil quilômetros quadrados e até 2005 já havia perdido 32% da floresta, com taxa média de desmate de 2,2% ano ano, entre 2003 e 2005. A principal característica desta área é a presença de terras indígenas e unidades de conservação, que ocupam 25% do território. Ao redor do limite desta área, o desmate é praticado sem qualquer controle.

Para coibir o desmatamento da floresta do Xingu, fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis em Mato Grosso (Ibama) realizam uma série de operação para vistoriar e se necessário multar os proprietários das terras, principalmente nos municípios de Paranatinga (373 km de Cuiabá) e Nova Ubiratã (502 km da Capital), onde o desmatamento irregular é mais frequente.

Conforme o chefe de Fiscalização do Ibama-MT, Leslie Tavares, na região está sendo feito o monitoramento constante da área, especialmente no entorno do parque, onde a situação é mais preocupante. "Em 2005 coibimos a extração de madeira e em 2006 realizamos ações de fiscalização, com destaque para a operação Jatobá, em que 23 propriedades foram vistoriadas, resultando em 50 autos de infração que totalizaram em torno de R$ 45 milhões", diz ao informar que as irregularidades nas propriedades eram o desmate sem licença (LAU) e no caso de madeireiras, o comércio ilegal de madeira. "Depois da aplicação das multas, recorremos ao Ministério Público do Estado para providenciar o reflorestamento desta área, para acelerar o processo de recuperação", completa Tavares.

Na região Norte da bacia, o desmatamento já atingiu 48% da superfície ocupada pelas sub-bacias Paturi, Capivara e Comandante da Fontoura, sendo que na primeira delas, a destruição havia comprometido 59% da floresta, até o final de 2005. No centro, fora do parque Nacional do Xingu, as sub-bacias de Ronuro e Manissauá-Miçu tiveram taxa média de desmate superior a 3%, entre 2003 e 2005, destruindo entre 27% e 39% da floresta natural.

Na avaliação do coordenador-adjunto do Instituto Centro da Vida (ICV), Laurent Micol, se a devastação na bacia do rio Xingu não for controlada imediatamente, a qualidade de vida dos índios e dos demais moradores da região ficará comprometida, pois o assoreamento do rio provoca a poluição da água. "Se permanecer o ritmo de destruição, logo as populações sentirão as conseqüências, principalmente na qualidade da água do Xingu". (FR)




Fonte: A Gazeta

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