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Repórter News - reporternews.com.br
Educação/Vestibular
Quarta - 07 de Fevereiro de 2007 às 06:18

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A oferta de preservativos nas escolas públicas, feita pelo governo federal, foi aprovada por pais e estudantes, de acordo com pesquisa apresentada nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Na avaliação dos entrevistados, a medida é importante para impedir a disseminação de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) entre os adolescentes. No estudo foram ouvidos 14.761 estudantes, 5.538 pais e 495 professores.

A pesquisa com pais, alunos e professores em 14 Estados apontou baixa rejeição à iniciativa: 89,5% dos alunos e 63% dos pais consideram positiva a distribuição de camisinhas nas escolas. Apenas 5,1% dos estudantes e 12% dos pais acreditam que essa tarefa não compete às escolas. Entre os professores, apenas 6,7% reprovam a ação do governo.

Para o representante da Unesco no Brasil, Vincent Defourny, os resultados mostram a importância da cooperação entre o governo e a sociedade civil para incentivar mudanças de comportamento. "A pesquisa indica que a comunidade reconhece o papel da escola como agente na busca de soluções para melhorar a qualidade de vida", afirmou.

Conforme o levantamento, 56% dos pais de alunos de estabelecimentos que aderiram ao Projeto Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) afirmam que intensificaram o diálogo com os filhos sobre sexualidade, aids, gravidez e métodos contraceptivos. O SPE é desenvolvido desde 2003 pelos ministérios da Saúde e da Educação e pela Organização das Nações Unidas no Brasil.

"Não há dúvidas de que os pais se tornaram grandes aliados da educação sexual e ficaram mais engajados", destacou a coordenadora da pesquisa, Lorena Bernadete. Essa contribuição, no entanto, poderia ser maior se mais pais fossem chamados a participar dos programas, acrescentou. A pesquisa mostrou que somente 16,7% dos pais de estudantes atendidos pelo SPE receberam algum tipo de convite para colaborar com as atividades. De acordo com o levantamento, 51% dos pais convidados aderiram ao projeto.

O uso do preservativo, constatou o levantamento, está se tornando um hábito entre os adolescentes: dos 44,7% de alunos entre 13 e 24 anos que admitiram ter vida sexual ativa, 60,9% declararam ter usado camisinha na primeira relação e 69,7%, que fizeram uso na última relação. De acordo com o estudo, a condição financeira não é o principal fator que leva os jovens a deixar de usar camisinha. Dos que revelaram não ter usado proteção, 42,7% disseram que o preservativo não estava disponível na hora da relação. Somente 9,7% alegaram não ter dinheiro para comprá-lo.

As estatísticas revelaram ainda que, apesar de a prevenção às DSTs ser ensinada em sala de aula, a distribuição de preservativos nos colégios não segue o mesmo ritmo. A pesquisa apontou que, das 207 mil escolas cadastradas no censo de 2005, em 97,6 mil a prevenção é abordada. Mas somente em 8,9 mil delas a camisinha é oferecida aos estudantes. Os Estados com as maiores proporções de escolas onde há distribuição de camisinhas são Amapá (15,8%), Goiás (15,4%), Tocantins (14,7%) e Mato Grosso do Sul (14,3%).




Fonte: Agência Brasil

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