Secretário de Agricultura de SP classifica PAC como obscuro

Para o secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, João de Almeida Sampaio Filho, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), anunciado hoje pelo Governo Federal, ainda está nebuloso em alguns aspectos referentes ao agronegócio, especialmente o paulista. "Alguns detalhes ainda estão obscuros. O PAC não atacou questões fundamentais para o agronegócio, que são os juros e o câmbio", disse o secretário.

Na avaliação do secretário, o setor privado precisa se sentir estimulado a fazer investimentos e ter certeza de que as regras serão cumpridas, pontos que não estão claros, em seu ponto de vista. No caso do etanol, por exemplo, Sampaio diz que o governo federal espera contar com investimentos do setor privado, mas não deu nenhum sinal de que irá atuar para realizar estoques do combustível. "O PAC também fala do biodiesel, mas não diz se será exclusivamente de mamona ou irá abrir para outros produtos como a soja", afirma.

Algumas reformas, como a trabalhista e previdenciária, além da redução dos gastos públicos, ficaram de fora do PAC e, para Sampaio, esses são pontos importantes pois provocariam impactos diretos sobre o câmbio e os juros, beneficiando o agronegócio. "A pergunta que fica no ar é: de onde virão os recursos para esses investimentos que o governo pretende fazer", diz.