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Repórter News - reporternews.com.br
Saúde
Sábado - 20 de Janeiro de 2007 às 11:10

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Além de causar prejuízos materiais e aumentar as chances de acidentes, as chuvas intensas e as enchentes, comuns nesta época do ano, expõem as pessoas a outros perigos, como contrair doenças. As autoridades alertam os moradores de áreas atingidas por chuvas fortes e inundações para que adotem alguns cuidados que podem prevenir problemas de saúde e evitar acidentes.

Para o coordenador de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Ricardo Marins, as doenças que mais preocupam as autoridades com a chegada das chuvas são a leptospirose, a hepatite viral A, a febre tifóide e as doenças diarréicas agudas. Todas elas têm origem no contato ou na ingestão da água e dos alimentos contaminados por animais transmissores, como os ratos, ou por vírus e bactérias. "A principal medida para impedir o contágio dessas doenças é evitar o contato com água ou lama de enchentes e impedir que as crianças brinquem nessas águas", alerta Ricardo Marins.

Aos trabalhadores da limpeza urbana, que não podem evitar esse contato, recomenda-se sempre usar botas e luvas de borracha ou sacos plásticos duplos durante a limpeza da lama, nas residências ou nas ruas. Se houver inundação em casa, o chão, as paredes, os objetos caseiros e as roupas atingidas devem ser lavados com sabão e água sanitária. Outro produto útil para desinfetar e proteger o ambiente de possíveis doenças é o hipoclorito de sódio a 2,5%. Se houver contato dos alimentos com a água da enchente, recomenda-se jogá-los fora, em recipientes bem fechados.

Roedores - Das doenças relacionadas à contaminação pelas enchentes, a leptospirose oferece mais perigo, por provocar mortalidade maior. Em 2005, registraram-se 3.605 casos da doença no Brasil, com 417 mortes. Em 2006, já foram notificados 2.877 casos, com 236 mortes.

A leptospirose é causada pela bactéria leptospira, transmitida ao homem pela urina de ratos, ratazanas e camundongos. Após chuvas intensas, as águas invadem as tocas dos roedores e carregam as bactérias para as residências e as vias públicas. Geralmente os surtos da leptospirose começam uma semana após as enchentes. "Existe uma preocupação do governo federal em monitorar casos da leptospirose. Assim, procura-se reduzir o risco da ocorrência da doença", explica Ricardo Marins.

A leptospirose apresenta como sintomas febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (especialmente na panturrilha, conhecida como "batata" da perna), pele amarelada e calafrios, que surgem de sete a quinze dias após a infecção. Ao perceber os sintomas, deve-se procurar, o mais rapidamente possível uma unidade de saúde e informar ao medico a ocorrência do contato com água ou lama das enchentes.

Salmonela - A febre tifóide é uma doença comum com a chegada das chuvas, causada pela presença da bactéria salmonela (com nome científico de Salmonella enterica sorotipo de Typhi) nas águas contaminadas.

A doença caracteriza-se por febre prolongada, alteração no funcionamento do intestino e aumento do fígado e do baço. Se não tratada inicialmente, pode se complicar com hemorragia ou até perfuração intestinal, o que pode levar à morte. No ano passado, o Brasil registrou 504 casos e quatro mortes em conseqüência da doença. De janeiro a outubro de 2006, houve registro de 326 casos de febre tifóide no país.

A incidência de casos de hepatite viral A também preocupa as autoridades em saúde em locais onde ocorrem inundações. A doença se manifesta inicialmente com sintomas semelhantes aos de uma gripe, como fraqueza e mal- estar, além de alterações gastrointestinais. Nos casos típicos, o paciente apresenta olhos e pele amarelados e urina escura. O período de incubação dos vírus da hepatite A dura de 15 a 45 dias.

Diarréias - Outro problema de saúde ligado à contaminação da água são as doenças diarréicas agudas. Essas doenças apresentam, como sintomas, vômito, diarréia e febre (mais comum nas crianças). A diarréia oferece o risco de desidratação. A perda excessiva de líquidos pode até mesmo levar a pessoa à morte. Recomendam-se, nesse caso, duas medidas: tomar muito líquido, utilizar o soro caseiro e procurar um profissional de saúde, evitando a automedicação.

Junto com todos os males à saúde relacionados às águas contaminadas, as doenças respiratórias, indiretamente, também têm ligação com a estação de chuvas fortes. Por conta da aglomeração de pessoas desabrigadas em ambientes com pouca circulação do ar e muitas vezes com reduzidas condições higiênicas, aumentam as chances de infecções respiratórias, como resfriado, gripe e pneumonia.

Nos casos de inundações, o Ministério da Saúde distribui insumos necessários para enfrentar esta situação adversa, como sais reidratantes, hipoclorito de sódio a 2,5%, antibióticos, soros, vacinas, reagentes e produtos para diagnóstico laboratorial.





Fonte: Ministério da Saúde

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