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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 20 de Janeiro de 2007 às 02:59

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Embarcações clandestinas e licenciadas estão pilhando os oceanos do mundo, e as propostas a serem discutidas na próxima semana na Suíça por ministros do Comércio de todo o mundo podem ser o golpe de misericórdia na vida marinha, disse na sexta-feira o Greenpeace.

Três quartos dos estoques pesqueiros do mundo agora são considerados pela ONU como totalmente explorados ou explorados em demasia, e o grupo ambientalista disse que os planos da Organização Mundial do Comércio (OMC) para reduzir ou eliminar tarifas sobre peixes e derivados podem ser desastrosos.

"Sob a liberalização comercial, só uns poucos países vão se beneficiar, e mesmo assim só em curto prazo", disse a jornalistas Daniel Mittler, assessor político do Greenpeace para temas comerciais.

"A realidade é que todos os outros países vão perder. Deve haver um comércio regulado e um gerenciamento adequado. A última coisa de que o mundo precisa é de uma retomada da Rodada de Doha do comércio global."

A entidade diz que as costas dos países em desenvolvimento são as mais ameaçadas pela ação de barcos clandestinos. Em águas quenianas, por exemplo, a cada momento há cerca de 600 barcos estrangeiros pescando, especialmente o atum de barbatana amarela, segundo Athman Seif, do Fórum Marinho do Quênia.

De acordo com ele, muitos desses barcos são piratas. "Eles são sofisticados e inescrupulosos, e algo precisa ser feito", disse o ativista na apresentação do relatório, em Nairóbi.

Para o Greenpeace, a pesca ilegal vai explodir se as tarifas foram reduzidas ou eliminadas. Nesse cenário, toneladas de peixes sem valor comercial serão apanhadas nas gigantescas redes e jogadas no mar.

Os planos tarifários faziam parte da Rodada de Doha que começou em 2001 mas foi abandonada. Mas negociações reservadas continuaram, disse Mittler, e ministros vão tentar retomar a rodada na próxima semana no Fórum Econômico Mundial, em Davos.

De acordo com o Greenpeace, estudos feitos na Mauritânia, no Senegal e na Argentina mostram que a liberalização da pesca foi desastrosa para o ambiente marinho e para a segurança alimentar dos países. "A Argentina, por exemplo, teria perdido pelo menos 3,5 milhões de dólares em lucros futuros ao sobre-explorar suas reservas pesqueiras após a liberalização", afirma o relatório.

O grupo criticou a Espanha por estabelecer reservas marinhas em seu território e ao mesmo tempo permitir que seus barcos prejudiquem as costas de distantes países pobres.

O Greenpeace sugere que a área protegida por reservas marinhas passe de 1 para 40 por cento dos oceanos.





Fonte: EFE

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