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Economia
Quarta - 17 de Janeiro de 2007 às 13:58

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O cenário macroeconômico favorável, no Brasil e no exterior, contribuiu para a melhora da dívida pública brasileira, segundo avaliação de Ronnie Tavares, coordenador-geral da dívida do Tesouro Nacional.

"Foi um ano produtivo para a administração da dívida. Quase todos os indicadores tiveram avanços substanciais e alguns foram razoáveis", disse.

Ele destacou que a conjuntura econômica foi positiva por conta da liquidez nos mercados internacionais, da relativa estabilidade dos juros nas economias estrangeiras, da redução da inflação no país e da queda expressiva dos juros internos.

Apesar da elevação de 11,6% no ano, para R$ 1,093 trilhão, o total ficou abaixo do previsto no PAF (Plano Anual de Financiamento). Além disso, houve uma elevação da parcela de títulos prefixada.

"Muito provavelmente, já no primeiro semestre, a parcela prefixada irá superar os títulos indexados à Selic [pós-fixados]."

Tavares explicou que isso é positivo porque dá ao Tesouro maior previsibilidade na administração da dívida pública, já que sabe com antecedência o quanto irá pagar por cada título no dia do vencimento.

Essa parcela subiu em dezembro para 36,13%, ante 35,16% no mês anterior. Os limites no PAF ficam entre 28% a 37%. No final de 2005, esses títulos representavam 27,86% do total.

Já os títulos indexados à Selic, a chamada dívida pós-fixada, totalizaram em 2006 37,83% do total, contra 38,92% no mês anterior e 51,77% em dezembro de 2005.

Sobre a parcela da dívida indexada a índice de preços, ela subiu para 22,54%, ante 22,40% no mês anterior. No final de 2005, esses títulos representavam 15,53% do total.

Esses títulos pagam a inflação mais uma taxa de juros e funcionam como uma espécie de "hedge" (proteção). Isso porque o governo tem parte de sua dívida indexada da mesma forma que a arrecadação de tributos federais.

Selic

A dívida pós-fixada, em 2006, fechou em 37,83%, contra 38,92% no mês anterior e 51,77% em dezembro de 2005. O alcançado no ano passado ficou abaixo do limite do PAF, que era de 39% a 48%.

De acordo com Tavares, isso aconteceu porque no último trimestre do ano caiu a demanda por títulos indexados à Selic. O Tesouro trabalhava para atingir a banda inferior do PAF. Na avaliação do coordenador da dívida, isso aconteceu porque há uma expectativa de redução dos juros por um período mais longo.

Para ele, apenas após o vencimento dos papéis é que será possível saber se o custo da troca da dívida pós-fixada por uma prefixada. Tavares trabalha com a expectativa um custo maior, já que o investidor assume um risco maior ao adquirir prefixados. "Tudo está ligado a um custo esperado ligeiramente superior porque embute um seguro."





Fonte: Folha online

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