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Economia
Sexta - 12 de Janeiro de 2007 às 23:40

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A proposta feita pela União Européia (UE) na quarta-feira para que pelo menos 10% da sua frota seja abastecida com biocombustíveis até 2020 irá provocar perdas à indústria de alimentos ao gerar um déficit na oferta de matéria-prima e estimular uma alta de preços "insustentável". A avaliação é do secretário-geral da Associação Internacional de Margarine (Imace, na sigla em inglês), Inneke Herreman. O comentário do secretário-geral foi feito após o anúncio da comissária para agricultura da UE Mariann Fischer Boel, na quarta-feira, de que a meta de 10% para o uso de biocombustíveis na frota européia é "ambiciosa, mas realista".

"Não há como atender a meta para os biocombustíveis e a necessidade do setor de alimentos", afirmou Herreman. "O programa deveria focar em uma segunda geração de biocombustíveis produzidos a partir da palha e de gramíneas ao invés das culturas valiosas para alimentos".

O Imace, em conjunto com a Associação de Chocolate, Biscoitos e Indústria de Confeitaria da União Européia (Caobisco), afirmou hoje que será preciso "uma séria reavaliação" do programa para que se reduza a pressão sobre a indústria de alimentos. "Já constatamos forte aumento nos preços da matéria-prima claramente ligado ao programa para biocombustíveis da UE", segundo comunicado em conjunto das associações, ao citar o aumento no valor do óleo de colza nos últimos cinco anos e o incremento recente em até 20% no custo de cereais, glicose e amido.

A indústria está absorvendo a elevação dos custos para aquisição de matéria-prima, mas Herreman afirma que no longo prazo o aumento dos preços vai chegar ao consumidor final. Ele alerta ainda que o setor poderá trocar tais produtos por óleos mais baratos e menos saudáveis. O óleo de colza se tornou popular por ser mais saudável que os demais, mas com o uso para produção de combustíveis, sua oferta está diminuindo.

Para o Imace e a Caobisco, a UE deveria tornar sua proposta de 10% para energia alternativa voluntária e eliminar o caráter obrigatório do programa, além de revisar as tarifas de importação e rever as barreiras comerciais para ajudar a diminuir a pressão sobre a indústria de alimentos.

Herreman enfatizou que tanto o Imace como o Caobisco não são contrários ao uso de biocombustíveis, mas um programa mais favorável ao setor de alimentos e com foco na segunda geração de combustíveis. As informações são da Dow Jones.





Fonte: AE

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