Autor do estudo que aponta atraso nas obras da Copa, conselheiro do TCE diz estranhar que parlamentares sejam contra sua divulgação
Joaquim: relatório interessa sociedade
O conselheiro Antônio Joaquim, ao lado dos servidores que participaram da elaboração do relatório
O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Antônio Joaquim, contrapôs ontem as críticas feitas por deputados estaduais da base do governo ao modo de divulgação do relatório sobre o andamento das obras da Copa de 2014, apresentado nesta segunda-feira (21).
O deputado Romoaldo Júnior (PMDB), líder do governo na Assembleia, acusou o Tribunal de “sensacionalismo” ao chamar uma coletiva de imprensa para esclarecer sobre o relatório. Alexandre César (PT) reiterou o discurso de crítica, e afirmou que se tratou de uma ação política do TCE, e não fiscalizadora.
Sobre a opinião dos deputados, Antônio Joaquim, que é relator permanente das contas da Copa, afirma que eles confundiram “informação de interesse público com marketing ou propaganda".
O Tribunal, segundo o conselheiro, está apenas fazendo a sua obrigação. “Equívoco seria o TCE sonegar informações para a sociedade que cobra, com razão, transparência de todos que lidam com informação pública".
O conselheiro rebate ainda: “O que soa totalmente estranho é a existência de parlamentares eleitos pelo povo contrários à divulgação de informações que interessem diretamente à população, como o andamento de obras que afetam o dia-a-dia de milhares de pessoas das duas cidades”.
O relatório constatou atraso em 22 de 24 obras. E, do total, quatro tinham mais de 211 dias de atraso, entre elas as das trincheiras do Santa Rosa e do Santa Isabel.
Porém, ainda segundo Antonio Joaquim, não houve refutação do relatório por parte do governo. Os dados para a formulação dos documentos foram fornecidos pela própria Secopa, e vistoriados pelos auditores do TCE por visitas em todas as obras da Copa.
Segundo a assessoria de comunicação do TCE, a expectativa criada pela divulgação das informações é natural, devido à importância que a Copa de 2014 tem para a população. A divulgação feita por meio de coletiva visou apenas facilitar o entendimento das informações apresentadas, e não “polemizar”, como dito pelos deputados.
A assessoria esclareceu, ainda, que o relatório é apenas uma colaboração para que o governo tenha informações sobre o andamento das obras não só oferecidas pelas empreiteiras. O relatório está, inclusive, subsidiando cobranças às construtoras.
Deve ser divulgado um relatório por mês pelo TCE até o prazo final de conclusão das obras, sempre com o intervalo de um mês entre a data final computada e a divulgação do relatório, que continuará sendo feita de forma pública.
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