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Quinta - 21 de Março de 2013 às 16:25
Por: Pollyana Araújo

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Reprodução/ TVCA
Famílias deixaram comunidade em janeiro deste ano
Famílias deixaram comunidade em janeiro deste ano

Agentes da Força Nacional de Segurança devem ficar na terra indígena Marãiwatsédé, na região nordeste de Mato Grosso, pelo período de 120 dias, a contar desta quarta-feira (20), conforme portaria publicada no Diário Oficial da União que circula nesta quinta-feira (21). O Ministério da Justiça autorizou que o efetivo permaneça na área para atuar em eventuais conflitos agrários entre produtores rurais e indígenas da etnia Xavante, que devem retomar a área após decisão judicial.

No documento, o ministro da Justiça José Eduardo Cardozo disse levar em consideração as operações desenvolvidas no estado pela Polícia Federal, "no sentido de exercer ações de prevenção e repressão a conflitos agrários, inclusive os que envolvam terras indígenas". A Polícia Federal havia encaminhado ofício ao Ministério no dia 7 deste mês pedindo reforço, já que não possui efetivo suficiente para exercer a função.

Durante os quatro meses, os agentes devem fazer patrulhamento ostensivo preventivo com o intuito de garantir a integridade física, tanto dos posseiros, quanto dos índios. A operação de retirada dos indígenas terminou em janeiro deste ano, mas a intenção é prevenir qualquer tentativa dos posseiros em retornar para a área que ocuparam ilegalmente por 20 anos. A Justiça determinou a saída dos não índios e reconheceu o direito de posse aos indígenas, no ano passado.

No período de desocupação, que durou quase dois meses, houve confronto entre moradores e agentes de segurança. Os posseiros chegaram a bloquear as rodovias de acesso à região em protesto contra a decisão que determinou a retirada.

Os manifestantes também atearam fogo em um caminhão da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), o veículo era usado para o transporte de cestas básicas para uma aldeia indígena da região. Após o ato de vandalismo, os alimentos foram roubados.

A área em disputa tem uma extensão aproximada de 165 mil hectares. Ainda de acordo com a Funai, o povo xavante ocupa a área Marãiwatsédé desde a década de 1960. Nesta época, a Agropecuária Suiá Missu instalou-se na região. Em 1967, índios foram transferidos para a Terra Indígena São Marcos, na região sul de Mato Grosso, e lá permaneceram por cerca de 40 anos.






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