Foi cancelada a compra de pelo menos 600 mil toneladas de soja produzida no Brasil, o que equivale a 10 navios carregados. A fila de espera nos principais portos do país, que chega a quase 60 dias de atraso, tem prejudicado as exportações em Mato Grosso, principal fornecedor do produto. Em fevereiro deste ano a redução foi de 30% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
De acordo o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro, problemas de infraestrutura nas rodovias, ferrovias e principalmente nos portos estão atrapalhando os negócios travados no mercado externo. Ele explica que, a ineficiência dos portos brasileiros resultaram em filas de espera para carregamento de 57 dias em Paranaguá e de até 32 dias em Santos.
Devido a demora na entrega da soja, compradores, como a China, estão desistindo do produto brasileiro e optando por outros mercados, que inclui a Argentina. "Os clientes chineses são os maiores compradores da oleaginosa brasileira, adquirindo cerca de 30% da produção nacional, o equivalente a 25 milhões de toneladas por safra", pontua Fávaro. Em Mato Grosso, a representatividade do mercado chinês chega a 70% de toda a soja exportada.
O analista do Imea, Cleber Noronha, pontua que os atrasos já foram sentidos na economia mato-grossense. A exportação em fevereiro apresentou queda de 30% em relação a igual mês de 2012, passando de 676 mil toneladas para 475 mil toneladas. Conforme ele, o cenário no estado é de comercialização lenta e abaixo do esperado. Atualmente a venda da safra 12/13 chegou a 75%, levando em conta que neste mesmo período da temporada passada a comercialização era de 80% da produção.
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