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Economia
Quarta - 27 de Dezembro de 2006 às 20:17

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O aumento do salário mínimo para R$ 380 terá um impacto de R$ 6 bilhões para a União, de acordo com cálculos do especialista em contas públicas Raul Velloso. Esse cálculo, segundo ele, exclui os gastos dos municípios. Em entrevista à Agência Estado, Velloso explicou que esse impacto será prejudicial para as contas do governo. Além disso poderá acarretar em um aumento da inflação. Isso porque, com mais recursos no mercado, a tendência é de aumento do consumo.

Para Velloso, o mínimo de R$ 380, que passa a vigorar a partir de 1º de abril, representa uma "injeção de demanda na veia de bens e serviços". "Não precisamos de pressão de demanda de consumo, mas sim de investimentos", afirmou.

Segundo o especialista, qualquer aumento nesse sentido acaba sendo uma pressão adicional para a inflação e pode interferir na política dos juros. "Se o governo começa a dar sinais de gastos adicionais o BC (Banco Central) certamente vai ser mais cauteloso na trajetória de taxas de juros".

Para Velloso, o aumento do mínimo não deverá alterar as projeções para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2007, mas sim para os anos seguintes. Velloso acredita que o crescimento para o próximo ano deva ficar em torno de R$ 2%, 2,5% ou no máximo 2,7%, que foi a média dos últimos anos.

Reforma tributária

O especialista em contas públicas disse ainda não acreditar que a reforma tributária seja feita em 2007. "A reforma tributária passou a ser um sonho de uma noite de verão", disse em entrevista ao Broadcast Ao Vivo.

Velloso disse que o governo não está dando os passos necessários na área do gasto e que por isso dificilmente conseguirá crescer 5% ou mais nos próximos anos, como espera o governo.

Ele se mostrou cético, inclusive, com relação ao pacote de medidas que deverá ser anunciado pelo governo por volta do dia 15 de janeiro e que visa destravar o crescimento do País. "É muito difícil saber o que vem. Mas a sensação é de que na área do gasto vai vir muito pouco", avaliou. "Preferia um corte generalizado de impostos fundamentado em corte de gastos", acrescentou o especialista.

Por outro lado, Velloso descarta uma crise fiscal em 2007, graças ao cenário externo positivo e à queda dos juros. "Não há indício de crise fiscal em 2007", afirmou.





Fonte: Estadão

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