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Saúde
Sexta - 15 de Dezembro de 2006 às 10:10

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O ex-empresário Paulo Sérgio Ferreira da Silva, de 47 anos, ganhou liminar em São Paulo contra o novo sistema da fila de transplante de fígado, que determina o lugar pela gravidade da doença e não mais pela ordem de chegada. Com isso, ele passa da 75ª posição para a 42ª na fila de espera.

O documento será entregue nesta sexta-feira (15) à coordenação da Central de Transplantes do Estado. Isso vai garantir a Ferreira o mesmo lugar que ele ocupava em 17 de julho, dia da implantação do novo critério. “Na época, meu lugar era o número 90”, recorda Ferreira. “Pela ordem cronológica, teria sido operado no início de dezembro, mas minha posição hoje é 75 e meu estado de saúde é cada vez pior”, lamenta.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, desde julho foram feitos 48 transplantes de fígado. Significa, então, que ele passa a ser o número 42 na fila, segundo a ordem judicial concedida na 6ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo.

O que determina a gravidade do paciente é o Meld, exame de sangue que avalia os níveis de creatinina, bilirrubina e INR (coagulação do sangue), capaz de medir as chances de mortalidade do paciente nos próximos três meses. O exame obedece escala de gravidade de 6 a 40 - quanto maior o número, mais grave é o caso. A partir de 15, a indicação é transplante.

Em julho, Ferreira tinha Meld de 17. Atualmente é de 23. “Ele não pode esperar mais. Não consegue nem sair da cama”, diz Luiz Fábio Coppi, advogado do paciente.

Ferreira sofre de cirrose decorrente de hepatite C. Os médicos, porém, não são favoráveis à liminar. “Posso encaminhar Ferreira a outra central, mas não vou operar sob ação”, promete o cirurgião Sérgio Mies, médico do paciente. Sidnei Moura Nehme, conselheiro da Associação Brasileira dos Transplantados de Fígado e Portadores de Doenças Hepáticas (Transpática), também é contrário à liminar. “Ele pode estar mal, mas quem tem Meld superior está bem pior. É injusto”, diz.

A assessoria de imprensa da Secretaria da Saúde afirmou que, assim que for notificada da liminar, vai recorrer.





Fonte: Olhar Direto

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