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Meio Ambiente
Quarta - 13 de Dezembro de 2006 às 14:10

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Novas projeções indicam que o oceano Ártico poderá estar quase totalmente livre de gelo no verão em 2040 -- muitas décadas antes do esperado --, num fenômeno causado parcialmente pelo aquecimento global ligado à emissão de gases do efeito estufa.

As estimativas vêm de simulações em computador do clima e do gelo, e também de medições diretas mostrando que a quantidade da cobertura de gelo está caindo há 30 anos.

O estudo de modelagem computacional mais recente, publicado nesta terça (12) na revista científica "Geophysical Research Letters", foi coordenado por Marika Holland, do Centro Nacional de Pesquisas Atmosférias em Boulder (Colorado, Estados Unidos).

O estudo envolveu novas simulações em supercomputadores do centro, além de uma análise de simulações desenvolvidas por grupos independentes. Em simulações nas quais as emissões de gases-estufa (como o gás carbônico, gerado pela queima de combustíveis fósseis) continuam a subir, o gelo marinho persiste por longos períodos mas depois, de forma repentina, dá lugar à água aberta, diz Holland.

Nas simulações, a mudança parece ocorrer quando um pulso de água quente do oceano Atlântico se combina com a perda de espessura e recuo do gelo sob a influência do aquecimento global. Os cientistas atribuem a maioro parte desse aquecimento planetário, o qual inclui um aumento da temperatura das camadas mais rasas dos oceanos, ao acúmulo de gás carbônico e outros do tipo na atmosfera.

Depois de 2040, o gelo de verão persiste principalmente em torno do labirinto de ilhas do norte do Canadá e da costa norte da Groenlândia, uma região que sempre tende a acumular uma crosta de gelo espesso.

Trabalhando separadamente, pesquisadores do Centro Nacional de Dados sobre Neve e Gelo de Boulder descobriram que a expansão normal de gelo marinho conforme o Ártico fica mais frio no outono foi extraordinariamente lenta neste ano. A média de novembro foi de longe a menor desde que as medições de satélite começaram em 1979, diz Walter Meier, um dos cientistas do centro.

Pesadelo dos ursos

Segundo pesquisadores não envolvidos nos estudos, as implicações do fenômeno poderão ser amplas. Os ursos polares, bem como os povos árticos, que dependem do gelo marinho como plataforma para caçar focas, vão ter problemas de subsistência. Por outro lado, países e empresas interessados em desenvolver novas rotas de navegação na região ou explorar a pesca poderão lucrar.





Fonte: G1

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