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Internacional
Quinta - 07 de Dezembro de 2006 às 18:39

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O mundo árabe deve melhorar o status das mulheres se quiser promover uma verdadeira "renascença humana", afirma um relatório do Programa de Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas (ONU) (UNDP, por sua sigla em inglês), que, entre outros pontos, recomenda profundas reformas no pensamento islâmico e uma política de "ação afirmativa" para que seja assegurado um lugar às mulheres na política e em outras áreas.

O relatório, intitulado 'Desenvolvimento Humano Árabe', foi o quarto de uma série de estudos que vem sendo produzida pela ONU desde 2002 com o objetivo de examinar "os obstáculos para o desenvolvimento humano no mundo árabe". O primeiro estudo levantou os problemas nas áreas de educação e de direitos políticos.

O relatório divulgado hoje, escrito por especialistas árabes, afirma que as mulheres no mundo árabe apresentam "altas e inaceitáveis taxas " de mortalidade ligada à gravidez - 270 óbitos por 100.000 nascimentos - e um dos maiores índices de analfabetismo do planeta, cerca de 50%, comparados com 33% entre os homens. O estudo diz ainda que a participação das mulheres árabes na economia "continua a menor do mundo", em cerca de 33%, abaixo da média mundial de 55%.

A diretora da UNDP, Amat Al Alim Aloswa, que participou da confecção do relatório, afirmou que algumas melhoras foram verificadas, sublinhando que o número de mulheres em universidades é praticamente igual ao dos homens em 12 dos 20 países árabes analisados pelo estudo. "O relatório aponta os obstáculos primários e os desafios necessários para que as mulheres atinjam seu total potencial humano", afirmou a diretora a jornalistas durante uma entrevista coletiva realizada na capital do Iêmen, San'a.

Segundo ela, o estudo mostra que o progresso feminino "continua sendo um eixo essencial para o projeto árabe de renascença humana, que proporcionará liberdade, orgulho e vigor a todos os árabes, homens e mulheres". "O que priva a região desses ganhos é a prática vergonhosa e discriminatória que exclui as mulheres", diz o relatório em suas considerações. A UNDP defende a realização de profundas reformas culturais e políticas com o objetivo de eliminar a discriminação contra as mulheres e lança o desafio para os governantes de eliminar o analfabetismo feminino até 2015.





Fonte: AP

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