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Internacional
Segunda - 04 de Dezembro de 2006 às 08:50

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Soldados da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar liderada pelos Estados Unidos) mataram entre 70 e 80 supostos militantes talebans em uma batalha no sudeste do Afeganistão, segundo informou um oficial nesta segunda-feira. A Otan atacou os supostos insurgentes depois que a polícia afegã afirmou às autoridades militares que insurgentes começaram a se agrupar na região.

Nenhum soldado da Otan morreu na batalha, que ocorreu na Província de Helmand na madrugada de sábado (2) para este domingo (3), disse o porta-voz da Força Internacional de Assistência à Segurança, major Luke Knittig. Três soldados, no entanto, ficaram feridos.

O comandante responsável estimou que entre 70 e 80 supostos talebans haviam morrido. "Temos uma idéia muito boa do que é que estávamos lutando contra, e uma idéia muito boa do efeito que causamos neles", disse Knittig.

A luta contra os supostos militantes se realizou no distrito de Musa Qala, mas fora da cidade de mesmo nome na qual tropas britânicas concordaram em se retirar depois de um acordo com líderes tribais. Os líderes garantiram que os lutadores do Taleban [grupo extremista islâmico deposto por uma coalizão liderada pelos EUA no final de 2001, que controlava mais de 90% do Afeganistão] seriam mantidos afastados, segundo Knittig.

"Os líderes têm uma influência extraordinária, mas essa influência não atinge todo o distrito --apenas a maior parte da cidade", afirmou o porta-voz. "A região a 20 km ou 30 km da cidade não é a mesma coisa que estar dentro da cidade."

Forças de segurança afegãs disseram à Otan que nas últimas semanas aumentou a atividade insurgente na área entre Musa Qala e os distritos de Nawzad, de acordo com Knittig. Cerca de 100 soldados dinamarqueses, ao lado de forças afegãs, lutaram contra os supostos insurgentes, e foram usados também helicópteros de ataque e jatos.

Preocupação

Na semana passada, a guerra no Afeganistão foi o assunto dominante do encontro da Otan na Letônia. O recrudescimento da violência do Taleban desde que os cerca de 32.800 soldados da Otan se deslocaram para o sul do país, ao lado do aumento das mortes de civis e militares, colocam em xeque a estratégia da aliança na guerra.

Com 32 mil soldados mobilizados desde outubro em todo o Afeganistão, a Otan realiza a maior operação terrestre de sua história fora da Europa. Após o encontro, e em resposta à pressão dos Estados Unidos e das lideranças da Otan, vários países suavizaram as restrições aos movimentos e às missões de suas tropas no país.

A decisão indica que, dos 32 mil soldados que a Otan dirige no Afeganistão, 25 mil serão utilizados em mais missões. Os países da organização se comprometeram também a enviar mais meios materiais e financeiros para a reconstrução e o desenvolvimento do país.

O secretário-geral da aliança, Jaap de Hoop Scheffer, reiterou no encontro da aliança o pedido para que membros da Otan com tropas no Afeganistão flexibilizem suas "caveats" (restrições ao mandato de operação de suas tropas), para poder deslocar soldados posicionados em zonas tranqüilas do país.

"Os 'caveats' impedem a eficácia operacional", disse o secretário-geral da Otan, lembrando que muitas situações de combate foram enfrentadas até o momento por soldados britânicos, holandeses e canadenses.

O eixo anglo-saxão pressiona Espanha e Alemanha para que enviem mais soldados ou aceitem deslocar para o sul os soldados posicionados no oeste e norte do país, respectivamente. A necessidade de não fracassar na missão provoca grandes tensões entre os aliados, no que diz respeito ao tamanho e à distribuição geográfica das tropas.





Fonte: Folha Online

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