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Economia
Domingo - 03 de Dezembro de 2006 às 13:03

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A maioria das empresas brasileiras pretende acelerar o ritmo dos investimentos no ano que vem, apesar do desempenho medíocre do Produto Interno Bruto (PIB) do País em 2006. É o que revela uma pesquisa da Serasa, que ouviu 1.032 empresas de diferentes setores em todo o Brasil.

Dos 52% que responderam já ter investido este ano, 63% planejam aumentar o volume de recursos destinados a ampliação, modernização e diversificação de seus negócios nos próximos 12 meses. E entre os 42% que disseram não ter realizado investimentos este ano, mais da metade (57%) tem projetos a ser implementados em 2007.

"É uma demonstração da confiança dos empresários de que o governo Lula vai correr atrás do crescimento", diz Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa. "A redução das taxas de juros, a maior oferta de crédito, a inadimplência estabilizada e o horizonte de maior faturamento levam a uma melhora do ambiente para os investimentos no País", acrescenta.

Os questionários foram respondidos entre 30 de outubro e 8 de novembro, quando o presidente Lula já estava eleito para o seu segundo mandato. As microempresas não foram incluídas na pesquisa.

A perspectiva de ampliação dos investimentos é maior no Norte, com 70% dos entrevistados apostando nessa direção. A seguir, estão o Nordeste e o Sudeste, com 67% e 63%, pela ordem. No Sul, a proporção é de 60% e no Centro-Oeste, de 49%.

A preferência pelo Norte e Nordeste é estratégica. Nessas regiões, as vendas no varejo têm crescido muito mais do que no resto do País.

Segundo levantamento feito pela consultoria MB Associados, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período de 12 meses terminado em setembro, o faturamento do comércio cresceu 16,8% no Norte e 14,2% no Nordeste, embalado pelo aumento de renda da população local, por causa da elevação do salário mínimo e dos recursos do programa Bolsa-Família.

No Sudeste, a taxa foi de 7,47%, enquanto no Centro-Oeste não passou de 3,58% e no Sul ficou em apenas 0,92%.

O Grupo Schincariol, por exemplo, vai investir R$ 135 milhões na construção de uma nova fábrica de cervejas na cidade de Horizonte, no Ceará. Quatro das oito cervejarias do grupo estão instaladas no Norte e Nordeste, e a quinta deverá ser inaugura até o fim de 2007.

"A demanda por nossos produtos reage muito mais lá do que no Sul e no Sudeste", explica José Domingos Francischinelli, diretor de Relações Institucionais do grupo. "O custo do frete é alto em qualquer lugar do País, mas no Norte e Nordeste é maior pelas condições precárias de suas estradas."

A nova fábrica deve abrir 160 empregos diretos e 900 indiretos. A capacidade total de produção da Schincariol será ampliada para 3,16 bilhões de litros de cerveja por ano, com acréscimo de 150 milhões de litros.

A pesquisa da Serasa mostra que o setor financeiro lidera as intenções de investir mais no próximo ano. Entre as instituições que fizeram investimentos este ano, 63% têm planos mais ousados para 2007. Nos serviços, a proporção é de 65% e no comércio, de 61%. A indústria ficou na lanterna, com 59%.

"A indústria espera uma melhor definição sobre o câmbio e o mercado interno para definir seus investimentos, que são bem mais elevados", explica o assessor econômico da Serasa.

Só a Votorantim Metais, que responde pelos negócios do grupo na área de aço, níquel e zinco, vai investir R$ 1,7 bilhão nos próximos três anos. Para 2007, estão definidos dois projetos orçados em R$ 738 milhões.

Desse total, R$ 558 milhões serão usados na construção de uma unidade para produção de ferro-níquel no município goiano de Niquelândia, onde a empresa já possui uma mina e uma unidade de beneficiamento do metal. O outro projeto, de R$ 180 milhões, prevê a implantação de uma caldeira de coque que permitirá a flexibilização da matriz energética da unidade já em operação.

Na Suzano Petroquímica, serão investidos R$ 200 milhões, quase o triplo do valor aplicado em 2006 (R$ 74 milhões). "Vamos ampliar em 44% a capacidade de produção de polipropileno, que hoje é de 625 mil toneladas por ano", diz o diretor-presidente, José Ricardo Roriz Coelho. Esse material é usado na fabricação de componentes de plástico para automóveis, eletroeletrônicos, têxteis e embalagens, entre outros.





Fonte: AE

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