Conselho de Ética absolve três senadores acusados de corrupção

Três senadores acusados de vínculos com a máfia das sanguessugas foram absolvidos hoje por uma comissão parlamentar por falta de provas, informaram fontes oficiais.

Com a decisão, o Conselho de Ética do Congresso deixou sem efeito os processos de perda do mandato abertos contra os senadores Ney Suassuna (PMDB), Serys Slhessarenko (PT) e Magno Malta (PL).

Os três eram acusados de ter participado de fraudes cometidas contra o Estado com a venda de mil de ambulâncias superfaturadas, segundo a Polícia disse ter comprovado.

As ambulâncias eram destinadas a pequenos municípios e, de acordo com as investigações que a Polícia Federal realiza desde o ano passado, a soma das operações fraudulentas chega a cerca de R$ 130 milhões.

A rede de corrupção subornava parlamentares para conseguir a aprovação de créditos para financiar as operações, que eram manuseadas depois pela empresa Planam, que adquiria os veículos e os entregava, mas com preços superfaturados que chegavam a superar em 110% o valor real, segundo as autoridades.

Os três senadores absolvidos hoje foram acusados por uma comissão parlamentar de figurar entre os subornados pela Planam. A comissão também pediu a cassação de 69 deputados, cujos processos ainda não foram iniciados.

Os donos da empresa Planam estão envolvidos no escândalo do dossiê, surgido durante a campanha para as eleições em que Lula foi reeleito.

Segundo a Polícia descobriu, membros da campanha de Lula tentaram comprar um dossiê elaborado pelos donos da Planam com falsas acusações de corrupção contra candidatos do opositor PSDB.

O caso continua nas mãos da Polícia e da mesma comissão parlamentar que investiga os subornos supostamente pagos pela Planam, mas nem uma nem outra chegaram a conclusões sobre o dossiê, que, segundo a oposição, pretendia ajudar a reeleição de Lula.