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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Segunda - 27 de Novembro de 2006 às 14:17

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Mais de 5 milhões de hectares de pastagens no Estado de Mato Grosso estão infestados com a praga cigarrinha-das-pastagens, causando prejuízos na produção de carne e leite. A incidência da cigarrinha vem aumentando ano após ano, principalmente nas áreas de gramíneas do gênero brachiaria. O pesquisador da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), Marcílio Bobroff Santaella alerta que a infestação começou mais cedo este ano, no mês de setembro, devido à antecipação do período das chuvas.

Para combater com eficiência a praga está sendo aplicado o fungo entomopatogênico Metarhizium anisopliae (controlador biológico) que combate às cigarrinhas das pastagens e cana-de-açúcar. Na pastagem infestada os insetos atacam as raízes e as folhas das plantas, sugando a seiva e provocando o amarelecimento e secamento das folhas, diminuindo a produção de massa verde, valor nutricional e deixando o capim com sabor desagradável, conseqüentemente o animal come menos. Os ovos permanecem no solo ou restos vegetais durante o período de seca – por mais ou menos 180 a 200 dias, aguardando as condições ideais para eclosão.

Segundo Marcílio, a incidência da cigarrinha-das-pastagens vai até o mês de abril (e provavelmente com a presença)podendo haver até quatro gerações. A primeira geração nos períodos de setembro a outubro, segunda de novembro a dezembro, terceira de janeiro a fevereiro e a quarta geração de março a abril. As principais espécies que estão atacando as pastagens são a Deois flavopicta e Mahanarva fimbriolata (cigarrinha da raiz da cana-de-açúcar). As regiões mais atingidas são a Noroeste e Sudoeste do Estado.

O diretor da Associação dos Produtores Rurais de Mato Grosso e pecuarista, Paulo Ediberto Rezende ressalta que o único produto viável para combater as cigarrinhas das pastagens é o Metarhizium que está sendo produzido pela Empaer. “Nós pecuaristas estamos solicitando recursos junto a Fapemat para aumentar a produção do controlador biológico e garantir aos produtores o efetivo controle”, enfatiza.

Proprietário de uma área de 5 mil hectares, no município de Mirassol do Oeste, o diretor possui um plantel de mais de 6 mil cabeças de gado da raça nelore e pretende realizar a aplicação do fungo no mês de janeiro. Ele acredita na ação do controle biológico e descarta a aplicação de produtos químicos, considerando prejudicial para o animal e ressaltando o alto valor financeiro para aplicação de agrotóxicos.

O Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) Rural abriu uma linha emergencial de crédito e custeio para prevenção e controle da cigarrinha das pastagens, financiando para produtores insumos e produtos através do controle biológico que combata a praga. O produtor pode financiar 100% da área, e o prazo de pagamento poderá ser feito em parcela única durante um ano e quatro meses após a contratação. A taxa de juros tem variações conforme a categoria, o mini-produtor vai pagar um taxa fixa de juros de 6%, pequeno e médio 8,75% e grande 10,75% ao ano.

O Metarhizium é considerado o produto mais barato do mercado, sendo 5 vezes mais em conta em comparação com os produtos químicos, com a vantagem de ser um produto biológico, não deixando resíduos e tem uma ação permanente durante o período das chuvas. O produto está sendo comercializado a R$ 10,00 o quilo. A dosagem recomendada é de 1,2 quilos por hectare, com um custo efetivo do produto de R$ 12,00 por hectare. O produtor antes de adquirir o produto recebe todas as informações técnicas necessárias para garantir um bom resultado na aplicação.

“O fungo vai agir nas três fases do inseto, ovo, ninfa e adulto e o produtor fazendo o manejo adequado das pastagens à ação será permanente no período das águas”, esclarece Santaella. O laboratório da Empaer está produzindo por dia 400 quilos de fungo e a produção está toda comprometida até o início de janeiro de 2007. Para adquirir o produto é necessário fazer reserva.

Aplicação do fungo

A eficiência do controle biológico depende do manejo adequado bem como aplicar o produto nas gramíneas com altura acima de 25 centímetros, aplicar no horário certo geralmente no final da tarde em dias ensolarado, quando o tempo tiver nublado e com garoa fina o tempo de aplicação pode ser ampliado.

Para aplicar o produto, o produtor rural pode utilizar alguns equipamentos como por exemplo, turbo atomizador, pulverizador costal manual ou motorizado, pulverizador de barra. “É importante verificar se a população for superior a 20 insetos por metro quadrado está passando da hora de aplicar o fungo pois, a capacidade de pastagem com certeza já reduziu em 50% “, afirma Marcílio.





Fonte: 24HorasNews

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