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Nacional
Domingo - 19 de Novembro de 2006 às 10:30

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O número de pessoas afetadas pelo beribéri, doença causada pela falta de vitamina B1, e a quantidade de mortes por causa da doença demonstra o nível de extrema pobreza dos municípios maranhenses, avalia o relator nacional para os Direitos Humanos à Alimentação Adequada, Água e Terra Rural, Flávio Valente.

"O relatório mostra a fragilidade do sistema de saúde, que não conseguiu identificar os casos. Por isso, várias mortes aconteceram", disse Valente, que passou algumas semanas no Maranhão para investigar as mortes registradas desde fevereiro. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 25 municípios da região oeste do estado registraram 123 ocorrências de beribéri em 2006.

Pelo menos 33 pessoas morreram, sendo a maioria homens adultos com idade entre 15 e 30 anos. Municípios dos estados do Pará e de Tocantins também registraram casos. O documento aponta que o sistema de saúde da região é "insuficiente". Valente explicou que vários pacientes chegaram aos postos de saúde, mas os médicos não conseguiram diagnosticar corretamente a doença. Muitas dessas pessoas acabram sendo mandadas de volta para casa, sem tratamento.

O documento aponta outras medidas, como estabelecer prazos e metas de médio e longo prazo e promover mudanças na estrutura produtiva da região. "Isso é necessário porque a região apresenta deficiência crônica alimentar, devido ao modo de ocupação do território e das práticas agrícolas, que levam a uma alimentação monótona”, destaca o autor do relatório.

Valente lembra, ainda, que o esforço excessivo no trabalho e o consumo de álcool, que inibe a absorção da vitamina pelo corpo humano, agravam os casos.





Fonte: G1

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