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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Sábado - 18 de Novembro de 2006 às 16:15

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Os corredores lotados de shopping centers nas semanas que antecedem o Natal podem ser um sintomas do agravamento do consumismo brasileiro, que se espelha cada vez mais no norte-americano. O diagnóstico é de Hélio Mattar, presidente do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente, que divulgou nesta semana uma pesquisa sobre o comportamento do brasileiro no que se refere ao crédito e à poupança.

E os resultados não são animadores: o brasileiro não sabe procurar a melhor opção de pagamento nem definir prioridades.

"As pessoas impõem hoje menos limites aos impulsos de consumo. A primeira coisa em que o consumidor precisa pensar, antes de avaliar se a mercadoria está dentro de suas possibilidades de pagamento, é se ela é realmente necessária", diz Mattar. Segundo o pesquisador, é importante saber escolher.

Priorizar é preciso E o brasileiro parece estar com as prioridades invertidas. O estudo do Instituto Akatu mostra, por exemplo, que os gastos com educação são relativamente baixos tanto nas classes mais baixas, com renda inferior a R$ 1.000, quanto entre famílias com renda superior a R$ 6 mil. No primeiro grupo, os gastos com educação (incluindo mensalidades escolares e livros) não chegam a 1% do orçamento. No segundo, não passam dos 5%.

Segundo Mattar, nas classes mais pobres é comum que a família gaste mais com fumo do que com educação. "As famílias dizem que não tem dinheiro para a educação, mas gastam o equivalente a três livros por mês em cigarros. É um caso típico de inversão de prioridades", diz o presidente do Instituto Akatu.

Além de definir se realmente precisa do bem, o brasileiro precisa analisar se o produto tem de ser comprado imediatamente. "Esse imediatismo do consumismo se reflete no aumento do endividamento da população. O brasileiro prefere pagar juro, ver o valor da parcela e levar o aparelho de CD imediatamente, mesmo que fosse melhor para ele esperar um ano e pagar menos pela mesma mercadoria", ressalta.

Brasil x EUA O descontrole na tomada de crédito, notado tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, é o ponto de união entre os modos de consumo dos dois países. Nos EUA, a maioria da população diz preferir que o governo impeça por lei o uso do dinheiro da aposentadoria, pois do contrário gastaria os valores no mercado de consumo. No Brasil, o descontrole foi percebido no crédito com desconto em folha, popularizado a partir de 2005.

O descontrole com o crédito consignado foi sentido por uma das patrocinadores do mais recente estudo de consumo consciente do instituto, a empresa de alimentação VR. Ao oferecer o benefício do empréstimo consignado em folha de pagamento, a companhia percebeu que acabou por prejudicar os funcionários, que usaram o crédito de forma indiscriminada. "O mesmo ocorreu com os aposentados que tomaram empréstimos por pressão da família e acabam ficando sem dinheiro para comer", explica o presidente do Akatu.





Fonte: G1

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