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Nacional
Quarta - 15 de Novembro de 2006 às 09:17
Por: Onofre Ribeiro

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Provavelmente a maioria absoluta dos jovens brasileiros não terá ligado o feriado com a data da proclamação da República no Brasil. O desconhecimento da História é fantástico na atualidade. Os interesses dos jovens estão completamente desligados dessa coisa de passado histórico. Eles estão antenados com coisas como telefone celular, televisão, internet, esportes, automobilismo, uso de carros, bandas de música, baladas e outras amenidades.

Não podem ser condenados por isso. Até porque eles ligam a maioria desses fatos históricos com a política, e aí, eles azedam. Entendem a política como uma coisa ruim que eles não compreendem o significado e nem a utilidade.Dela só se ouve barbaridades ruins.

As pesquisas vêm mostrando constantemente a alienação jovem, e mostram que ela decorre da falta de crédito nas instituições políticas. Possivelmente o leitor estará pensando: se é assim, quem vai assumir a condução do país na próxima geração?

Sempre haverá alguém para assumir, porque a descrença é coisa muito antiga. Quando estourou o golpe militar de 1964, não se acreditava na política e nos políticos, razão pela qual a sociedade não reagiu e aceitou os militares de braços abertos. Nem lhes perguntou por quanto tempo iriam governar o país. E ficaram por 21 anos.

Quando os partidos políticos foram extintos e substituídos por dois transgênicos, o empobrecimento político foi grande, mas logo surgiram líderes capazes de mobilizar a sociedade para a retomada da legalidade. Ulysses Guimarães, para citar só um. Foram homens que construíram um ideal para um país emburrecido politicamente.

Vieram Tancredo Neves, José Sarney, Fernando Collor de Mello, Fernando Henrique Cardoso e Lula. De Tancredo até o primeiro mandato de Lula, o modelo político se mostrou vencido em 21 anos. É de se esperar que no próximo ano nasçam novos líderes, sob uma visão nova de transformação desta política velha que hoje tanto desestimula os jovens.

Haverá uma transição, seguramente. E a partir dela virão novos líderes com a visão de transformação da política e das ações que resultam, em última instância, na manutenção da República.

Pode ser que os jovens hoje realmente não se liguem. Mas aos poucos uma nova geração será construída, terá o seu ciclo de vida e também declinará. E assim, sucessivamente, como tem sido historicamente.

Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM





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